G7, ligado à OTAN, critica Putin

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Em um comunicado conjunto emitido ao final de uma reunião virtual nesta quinta-feira, 24, os líderes do G7, o grupo das sete economias mais ricas e industrializadas, afirmaram que o presidente russo, Vladimir Putin, “se colocou do lado errado da história” ao “reintroduzir a guerra ao continente europeu”.

“Condenamos o presidente Putin por sua constante rejeição a participar em um processo diplomático para responder às questões a respeito da segurança europeia, apesar de nossas repetidas ofertas”, diz o documento. “Nos posicionamos juntos como parceiros, incluindo a Otan, a União Europeia e seus Estados-membros, assim como a Ucrânia, e continuamos determinados em fazer o que é necessário para preservar a integridade da ordem internacional baseada em regras”.

Em mensagem no Twitter após o encontro, o presidente americano, Joe Biden, disse ter concordado com outros líderes em “seguir em frente com pacotes de sanções devastadores e outras medidas econômicas para responsabilizar a Rússia”.

O encontro do G7, grupo composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, durou pouco mais de uma hora, de acordo com uma autoridade da Casa Branca que falou à rede CNN.

Entre os participantes, de acordo com a Casa Branca, estavam o presidente americano, Joe Biden, o chanceler alemão, Olaf Scholz, o premiê canadense, Justin Trudeau, o presidente francês, Emmanuel Macron, o premiê italiano, Mario Draghi, o premiê japonês, Kishida Fumio, e o premiê britânico, Boris Johnson. Também participaram a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg.

Durante reunião na Inglaterra em dezembro, os ministros das Relações Exteriores do países do G7 já haviam levantado preocupação com a possibilidade de uma ofensiva russa contra a Ucrânia, indicando uma frente unidade para o enfrentamento de um possível ataque.

Durante a madrugada desta quinta-feira, forças russas invadiram a Ucrânia por terra, mar e ar concretizando os temores do Ocidente com o maior ataque de um Estado contra outro na Europa desde a II Guerra Mundial. Mísseis russos foram lançados contra cidades ucranianas e Kiev relatou tropas entrando em suas fronteiras nas regiões de Chernihiv, Kharkiv e Luhansk, e chegando via mar nas cidades portuárias de Odessa e Mariupol, ao sul do país.

Pouco depois, as principais potências do mundo se posicionaram. A Organização do Tratado do Atlântico Norte, principal aliança militar ocidental, afirmou que irá fortalecer suas forças no leste ucraniano, após o “terrível ataque” ao país. Em nota, a aliança disse que irá enviar forças defensivas terrestres e aéreas, já aumentando a prontidão de forças.

“As ações da Rússia apresentam uma séria ameaça à segurança Euro-Atlântica, e terão consequências geoestratégicas. A Otan continuará tomando todas as medidas necessárias para garantir a segurança e defesa de nossos aliados”, afirmou em comunicado.

Já a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, prometeu “enfraquecer a economia da Rússia e sua capacidade de modernização” após o “ataque bárbaro”.

Em breve comunicado, o presidente americano, Joe Biden, acusou Putin de lançar um ataque “não provocado e injustificado” à Ucrânia e de apostar em uma “guerra premeditada” que causará perdas “catastróficas”.

“Somente a Rússia é responsável pela morte e destruição que este ataque trará, e os Estados Unidos e seus aliados e parceiros responderão de maneira unida e determinada. O mundo fará com que a Rússia preste contas”, disse Biden em um breve comunicado

Sanções já apresentadas pelos Estados Unidos estipulam cortes de financiamentos ocidentais a bancos russos e outras instituições, fazendo com que o Exército russo perca parte de seu financiamento.

Apesar de represálias, incluindo na forma de sanções econômicas, o governo russo já vinha aproveitando o momento para colocar ainda mais pressão sobre a Ucrânia e o presidente Volodymyr Zelensky, afirmando que a melhor solução para acabar com a crise seria o país desistir de entrar na Otan, principal aliança militar ocidental e grande ponto de atrito entre a Rússia e o Ocidente.

Na segunda-feira, Moscou reconheceu a independência das regiões separatistas de Donetsk e Luhansk, que formam Donbas. Poucas horas depois, Putin anunciou a publicação de um decreto ordenando que o Ministério da Defesa envie tropas para “funções de manutenção da paz” para as repúblicas autoproclamadas.

Segundo Putin, uma eventual adesão do país vizinho à Otan é uma ameaça não apenas à Rússia, “mas também a todos os países do mundo”. De acordo com ele, uma Ucrânia próxima ao Ocidente pode ocasionar uma guerra para recuperar a Crimeia – território anexado pelo governo russo em 2014 –, levando a um conflito armado.

A aliança, por sua vez, afirma que “a relação com a Ucrânia será decidida pelos trinta aliados e pela própria Ucrânia, mais ninguém” e acusa a Rússia de enviar tanques, artilharia e soldados à fronteira para preparar um ataque.

Em fala na terça-feira, Putin também fez menção também aos Acordos de Minsk, negociados em 2015, sob mediação da Alemanha e França, para um cessar-fogo nas duas regiões, que teriam em troca autonomia administrativa. Segundo ele, não há mais nada para ser cumprido e culpa o governo da Ucrânia pelo fracasso do acordo.

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