Lula terá decisão final sobre disputa do governo paulista
Foto: Divulgação / Agência O Globo
O ex-governador de São Paulo Márcio França disse nesta segunda-feira que a decisão sobre a candidatura de PT-PSB ao Palácio dos Bandeirantes está nas mãos do ex-presidente Lula (PT). Há uma expectativa de que França seja recebido pelo petista nesta semana. A afirmação foi feita ao blog da jornalista Andréia Sadi.
“Quem vai decidir se serei eu ou Fernando Haddad vai ser o Lula. Ele é pragmático, sabe o que é melhor e é quem vai dar a palavra final”, disse França.
Sobre a federação entre PT e PSB, o ex-governador destacou que qualquer decisão do PSB só ocorrerá após a janela de mudança partidária, que acaba no começo de abril. Antes disso, defende o ex-governador, os líderes do PT e do PSB deveriam estar “rodando o país”, juntos, para “demonstrar a força dos democratas versus antidemocratas”.
“Até abril, acho difícil qualquer decisão importante. A gente tem que estar discutindo para fora, dando demonstração de força para fora, não para dentro, em questões menores internas. Enquanto isso, candidatos bolsonaristas, como Tarcísio Freitas, se movimentam”, criticou o ex-governador, em referência ao ministro da Infraestrutura.
França e Haddad querem disputar o Palácio dos Bandeirantes, mas o ex-presidente Lula já deu recados públicos de que prefere Haddad. O PSB espera, agora, que Lula dê a resposta final de forma oficial sobre o palanque de São Paulo — petistas vêm citando a necessidade de uma “saída honrosa” para a situação de França, que articulou também a chapa Lula-Alckmin.
Com Haddad para o governo de São Paulo, França deve disputar o Senado.
PSB e PT negociam a formação de uma federação partidária, que incluiria ainda PCdoB e PV, mas entre os empecilhos centrais se destacam justamente as complicações nos palanques estaduais, como no caso de São Paulo. Uma das alternativas consideradas é a filiação de Alckmin ao PV, o que abriria caminho para o candidato do PSB competir contra Haddad na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes e Lula ter pelo menos dois palanques em São Paulo. A expectativa dos petistas é anunciar a chapa à Presidência até mês que vem, com o objetivo de facilitar filiações de outros deputados ao eventual partido de Alckmin.
O ex-governador Geraldo Alckmin tem entrado em campo para tentar desatar o nó que trava a aliança entre o PT e PSB e, por consequência, a definição dele como vice na chapa do ex-presidente. Como amigo de França e Haddad, Alckmin tem conversado com os dois e prometido que estará no palanque de ambos. No entanto, ele tem pontuado que uma única candidatura é mais competitiva para superar, além de Tarcísio, o vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB), candidato do governador João Doria (PSDB).
Para aliviar a pressão sobre uma definição, França disse recentemente que a chapa Lula e Alckmin está “99,9% fechada” e que ela ocorrerá independentemente do que acontecer em São Paulo.
O PSB oficializou ontem o nome do deputado federal Danilo Cabral como pré-candidato ao governo de Pernambuco. No terceiro mandato como deputado federal, ele é advogado, tem 54 anos e também já foi vereador do Recife.
Caso eleito, Cabral dará continuidade a uma sequência de 16 anos do PSB no comando do governo. Ele é o segundo pré-candidato ao governo de Pernambuco já anunciado oficialmente.
Ao falar sobre a aliança nacional do PSB com o PT, Danilo Cabral disse que Pernambuco “sente saudade” de Lula e criticou o tratamento dado ao Nordeste por Jair Bolsonaro e pelo ex-presidente Michel Temer (MDB), que assumiu a presidência após o impeachment de Dilma Rousseff, apoiado por Cabral e pelo PSB.