Partidão de direita já nasce dividido
Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo
Criado já com o status de maior partido do país, e com um fundo eleitoral de quase R$ 800 milhões, o União Brasil virou alvo da cobiça dos principais pré-candidatos à Presidência e, após definir os comandos regionais, convive com conflitos internos que devem levar à saída de parlamentares. O cenário de fragmentação, com alinhamentos ideológicos distintos nos diretórios espalhados pelo país, projeta uma campanha em que dificilmente o partido marchará unido com um só nome ao Palácio do Planalto.
A indefinição sobre a identidade nacional do partido abriu brecha para uma ofensiva do ex-presidente Lula (PT) em busca de apoios pontuais do União Brasil, que nasceu da fusão de duas siglas, DEM e PSL, majoritariamente refratárias aos petistas. O presidente Jair Bolsonaro (PL) e o pré-candidato do Podemos, o ex-juiz Sergio Moro, também disputam entre si palanques regionais do partido.
Lula vem tentando construir uma aproximação com o governador do Mato Grosso, Mauro Mendes, egresso do DEM e lançado à reeleição com apoio do bolsonarismo local. Aliados de Mendes como o senador Carlos Fávaro (PSD-MT) e o deputado Neri Geller (PP-MT), pré-candidato ao Senado, abriram diálogo com o PT local, sob orientação do ex-presidente. Na matéria completa, exclusiva para assinantes, outras movimentações de Lula, Bolsonaro e Moro, e como a junção do PSL e do DEM em um só partido trouxe reajustes nos diretórios regionais, deixando o novo União Brasil uma legenda hiperfragmentada.