PSOL não quer “carta branca” para Lula
Foto: Ricardo Stuckert / Divulgação
Defensor do projeto de que o PSOL se concentre na formação de frentes de esquerda para as eleições de 2022, o presidente nacional do partido, Juliano Medeiros, vê com críticas a movimentação ao centro político de candidaturas como a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à presidência da República, e de seu ex-correligionário Marcelo Freixo (PSB) ao governo do Rio de Janeiro. O partido criou uma comissão formada por Medeiros, pelo pré-candidato ao governo de São Paulo, Guilherme Boulos, e a deputada federal Talíria Petrone, que terá como principal missão negociar a aliança em torno da candidatura de Lula e tracioná-la para a esquerda.
O grupo está preparando uma agenda com 12 pontos que serão levados à discussão com o PT. Entre eles, há pautas como apoio à revogação das reformas trabalhista e da previdência; revisão do teto de gastos; medidas concretas de combate à crise climática e defesa da Amazônia; além de uma reforma tributária que desonere os pobres e a classe média, taxando grandes fortunas.
Segundo Juliano Medeiros, a escolha do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin como vice de Lula é um ponto sensível para selar o apoio. Ele afirma que até agora o ex-tucano não manifestou nenhuma autocrítica pela “repressão a movimentos sociais” em seu governo, ou manifestou compromisso com uma “plataforma anti-neoliberal” defendida pelo partido.
— É possível convencer as pessoas de que temos um projeto de superação da crise, do ódio na política, sem necessariamente colocar como vice um sujeito que tem o histórico que Alckmin tem. É um jeito de pensar a disputa eleitoral, muito impregnado na esquerda brasileira, que subestima a capacidade do povo de compreender nossas mensagens de combate à desigualdade e ampliação dos serviços do estado — disse Medeiros.
O presidente nacional do PSOL esteve no Rio de Janeiro na terça-feira para costuras políticas locais e conversas partidárias. Ele se encontrou pela manhã com o ex-colega de partido e deputado federal Marcelo Freixo, com quem a sigla tem as conversas mais avançadas para selar um apoio no estado do Rio. Porém também se reuniu, na sequência, com o pré-candidato do PDT, Rodrigo Neves — que já fez uma aliança com o PSD no estado — para quem ainda não fechou as portas.
Ele afirma que nesse momento Freixo reúne as melhores condições de construção de uma unidade de esquerda, por já contar com apoio de setores do PT, PCdoB, Rede, PV e PSB. Porém, crítica acenos do pessebista para o centro, como a aproximação com o economista Armínio Fraga.
— Eu tenho muita dúvida de quanto essas aproximações podem se reverter em ganhos eleitorais. Acho que ocorrem mais no sentido de neutralizar um adversário do que construir um programa de governo — disse, completando: — E não acredito que Freixo vai abrir mão de nenhuma das bandeiras historicamente defendidas por ele por conta dessas aproximações, como a defesa da educação pública e dos direitos humanos.
O pré-candidato do PSB afirmou não “enxergar contradições” em ter setores do mercado e do empresariado com concepções liberais apoiando sua campanha. Segundo Freixo, o momento de crise exige uma ampliação dos apoios políticos.
— O problema do Rio é a falência e ausência de governo no estado. Isso vai além de divergências programáticas — avalia o parlamentar. — Essa crise requer união e diálogo, inclusive com representantes do centro da sociedade civil, para enfrentar essa situação dramática.
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