Roberto Jefferson está comandando remotamente o PTB

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Foto: Fabio Costa /Agência O Dia

Mesmo após o STF (Supremo Tribunal Federal) ter determinado o afastamento de Roberto Jefferson da presidência do PTB, o ex-deputado seguiu dando as cartas no partido de dentro do presídio, segundo mensagens de WhatsApp obtidas pela Folha.

Jefferson dá orientações por meio de sua mulher, Ana Lúcia, e também de Luiz Gustavo, que é secretário jurídico do PTB e o defende perante o Supremo.

Detido desde agosto, ele foi afastado da presidência da sigla pelo ministro Alexandre de Moraes em 10 de novembro e, em 24 de janeiro, o magistrado autorizou sua transferência para prisão domiciliar.

Mesmo após o STF (Supremo Tribunal Federal) ter determinado o afastamento de Roberto Jefferson da presidência do PTB, o ex-deputado seguiu dando as cartas no partido de dentro do presídio, segundo mensagens de WhatsApp obtidas pela Folha.

Jefferson dá orientações por meio de sua mulher, Ana Lúcia, e também de Luiz Gustavo, que é secretário jurídico do PTB e o defende perante o Supremo.

Detido desde agosto, ele foi afastado da presidência da sigla pelo ministro Alexandre de Moraes em 10 de novembro e, em 24 de janeiro, o magistrado autorizou sua transferência para prisão domiciliar.

Mensagem enviada pelo presidente do PTB-RS em um grupo de dirigentes da sigla

“No dia em que o Roberto recebeu as gravações pela Ana, ele ordenou que passasse essas gravações para todos os membros do partido, dos dirigentes federais e estaduais, ele mesmo —fui informado pelo Luiz Gustavo— passou um áudio para interlocutores do Bolsonaro através do telefone da mulher dele, né?”, diz.

​Fakhoury também fala sobre a possível mudança nos cargos de direção da sigla após a ofensiva de Jefferson e diz que ocupará a posição definida pelo ex-deputado.

“Eu mesmo já falei: o Roberto me sugere aí a posição que for mais correta para conseguir os votos de maioria do diretório para eleger a executiva nova. Não cria atrito agora, põem quem tiver que pôr para ser eleito”, afirma.

O afastamento de Jefferson do comando do PTB foi determinado em novembro. Moraes afirmou que ele estava usando dinheiro público do fundo partidário para promover ataques às instituições e determinou que ele deveria ficar afastado “pelo prazo inicial” de 180 dias da chefia do partido.

O advogado de Jefferson, Luiz Gustavo, afirma que ele tem “respeitado na integralidade” a decisão de Moraes e que ele “não tem nenhuma gestão partidária” nem comanda mais a legenda.

As mensagens do WhatsApp também mostram que, para retomar o controle do partido, correligionários de Jefferson ameaçaram os atuais dirigentes e tentaram forçar uma renúncia coletiva a fim de evitar a convocação de uma convenção extraordinária da legenda.

Ambos os grupos registraram boletim de ocorrência em delegacia no Distrito Federal com acusações mútuas.

Por trás da guerra interna está a administração de cerca de R$ 150 milhões de dinheiro público dos fundos partidário e eleitoral só para 2022.

Após o anúncio de demissão da atual presidente feito por Jefferson, aliados do ex-deputado mudaram as senhas que dão acesso ao sistema da Justiça Eleitoral e, consequentemente, à verba do partido.

Na semana passada, Nienov entrou com uma ação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), e o presidente da corte, ministro Luís Roberto Barroso, determinou que sejam devolvidos os códigos à atual presidente do partido.

Agora, o grupo vinculado a ela apresentou um pedido a Moraes, relator do inquérito das fake news no STF, do qual Jefferson é alvo, para que seja reforçado o afastamento do ex-deputado das atividades partidárias.

Eles querem que o magistrado anule a convocação de convenção do partido para sexta-feira (11) em que deve ser oficializada a destituição de Nienov.

Caso não haja intervenção judicial, a tendência é que o grupo de Jefferson consiga voltar a mandar na legenda, uma vez que tem maioria na executiva do partido e no diretório, colegiados responsáveis por tomar as decisões da legenda.

O favorito para assumir o posto de Nienov é o deputado estadual Marcus Vinícius Neskau (PTB-RJ), que foi preso na Operação Furna da Onça em 2018. A mulher de Jefferson também é cotada para assumir o posto.

Nos bastidores, a insatisfação de Jefferson é atribuída a três fatores, tanto por aliados quanto por adversários internos dele.

Um dos motivos do desconforto foi a ideia da atual direção de realizar uma auditoria nas contas da legenda. O fim dos ataques da cúpula do PTB ao Supremo também irritou o mandachuva do partido.

Além disso, causou incômodo a aproximação de Nienov com os presidentes do PL, Valdemar Costa Neto, e do PP, Ciro Nogueira, ambos algozes de Jefferson e comandantes das principais siglas que formarão a coligação de Bolsonaro em 2022.

Os aliados de Jefferson, por sua vez, dizem que Nienov queria vender o PTB para Costa Neto. O chefe do PL e o presidente afastado do PTB são brigados desde o mensalão, revelado após entrevista de Jefferson à Folha e que resultou na prisão de diversos políticos, entre eles Costa Neto.

O advogado de Jefferson diz que o grupo adversário tem minoria na legenda e que tenta criar “uma narrativa falsa” recheada de “falácias”.

Também afirma que não houve auditoria interna nos gastos partidários. “Não tem má gestão de recurso. As verbas são fiscalizadas pelo TSE e pelo conselho fiscal e, se teve algum problema, a culpa é dela [Nienov] porque a gestão é dela”, diz Gustavo.

Ele nega que a redução dos ataques ao STF pela atual direção tenha sido um dos motivos da briga. “O próprio Roberto Jefferson minimizou os ataques há muito tempo. A prisão foi supereducativa para ele, ele não quer mais confusão com o Supremo, ele nem fala mais de Supremo”, afirma.

Gustavo diz que Nienov traiu Jefferson e que perdeu as condições de presidir o partido.

Folha  

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