Visitado por Bolsonaro, Orbán é pária como ele
Foto: Reprodução
Numa declaração conjunta na tarde desta quinta-feira, em Budapeste, o presidente Jair Bolsonaro mentiu sobre a situação da Amazônia e sobre a crise ucraniana, enquanto afirmou que o líder de extrema-direita sob ataque na Europa, Viktor Orbán, é “praticamente seu irmão”.
Em visita à capital da Hungria, Bolsonaro afirmou que os temas que unem os dois países incluem a defesa da “família estruturada”, a pátria e Deus, um lema que coincide com o fascismo italiano.
Acusado pela oposição e mesmo na Europa por campanhas de desinformação, Orbán sofreu uma dura derrota dos tribunais europeus nesta semana. O Judiciário decidiu que o bloco tem a autorização a não repassar recursos para governos que estejam minando o estado de direito, como é o caso da Hungria.
A visita de Bolsonaro, portanto, serve a Orbán para mostrar a sua ala mais radical que ele não está sozinho no mundo, principalmente às vésperas de uma eleição. Pária, o húngaro foi chamado pelo brasileiro nesta quinta-feira de “irmão”.
Ao tomar a palavra, Bolsonaro indicou que um dos temas do encontro foi a crise envolvendo a Ucrânia. Assim como ocorreu nos últimos dias, o presidente insinuou que a suposta retirada de tropas russas estaria ligada à sua visita ao chefe do Kremlin, Vladimir Putin.
A Otan nega que essa retirada esteja de fato ocorrendo, enquanto diplomatas europeus zombam da ideia de que Bolsonaro teria qualquer papel nessa negociação.
Enquanto dissemina desinformação, o brasileiro acusou europeus de estarem mentindo sobre a situação da Amazônia. Segundo ele, o governo garante a proteção das florestas e indicou que o desmatamento “não existe”.
Sua declaração contrasta com números oficiais, que apontam para o desmatamento recorde e o desmonte dos sistemas de controle e monitoramento.
Bolsonaro retorna nesta quinta-feira ao Brasil.
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