Ação da campanha de Bolsonaro contra Lollapalooza enfureceu as redes
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A decisão do ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Raul Araújo de atender pedido do PL de proibir manifestações políticas no festival Lollapalooza, em São Paulo, provocou ainda mais protestos contra o presidente Jair Bolsonaro, tanto no festival, quanto nas redes sociais. Levantamento da Arquimedes, empresa especializada na análise das plataformas digitais, indica que o festival ganhou mais alcance nas redes após a decisão: 31,4% das publicações sobre o Lollapalooza no Twitter citaram o TSE. Diante da má repercussão do caso, Bolsonaro ordenou ao PL para que retirasse a ação, o que foi feito imediatamente pelo partido.
De acordo com o levantamento, críticas de perfis de oposição ao governo prevaleceram na discussão por meio das redes sociais: 84% dos posts que citaram o TSE consideraram uma forma de censura a decisão. O restante (16%) é de perfis bolsonaristas que comemoraram a proibição, mantendo o debate polarizado sem furar a bolha.
— A ação do Partido Liberal acabou por fomentar ainda mais os protestos contra o Presidente nos shows e também trouxe mais atenção das redes. Para piorar, ainda houve o erro do cnpj e do e-mail, o que inviabilizou a execução judicial. Bolsonaristas tentaram deslegitimar as manifestações, contudo se saíram mal e, sem a habitual coordenação, foram minoria. Foi uma derrota para os governistas — diz Pedro Bruzzi, da Arquimedes.
Para além da proibição de manifestações políticas durante o evento, os internautas demonstraram bastante expectativa em relação às bandas e suas reações, sobretudo por conta da substituição do Foo Fighters por Emicida, Planet Hemp e convidados. Os artistas são opositores contumazes do governo no debate digital.
O PL acionou a Justiça Eleitoral no sábado, após a cantora Pabllo Vittar levantar, durante o seu show, uma bandeira com a foto de Lula. Em sua decisão, o ministro também estabeleceu uma multa de R$ 50 mil por cada ato de desrespeito à decisão.