Biden quer criar “dólar digital”

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Foto: Dado Ruvic/Reuters

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciará nesta quarta-feira (9) o lançamento de um projeto que pretende criar um “dólar digital”, informou a Casa Branca: uma via em que centenas de países já avançam, em diferentes velocidades.

Biden assinará uma ordem executiva que determina a sua administração dar “máxima prioridade ao desenvolvimento e pesquisa de uma possível moeda digital do banco central” (CBDC) para os Estados Unidos, diz um comunicado.

“Devemos ser muito, muito cuidadosos em nossas análises porque as implicações, em caso de adoção do dólar digital, seriam muito profundas para o país cuja divisa é a principal moeda de reserva mundial”, ressaltou um alto funcionário da Casa Branca que pediu anonimato.

A fonte afirmou ainda que os projetos de moeda digital mais adiantados em outros países ou zonas monetárias “não ameaçam” o domínio do dólar, que assegura aos Estados Unidos uma posição privilegiada nas finanças mundiais.

De acordo com a Casa Branca, mais de 100 países lançaram moedas digitais ou pensam na possibilidade de adotar a medida.

Washington estuda o projeto há algum tempo, mas não havia coordenado esforços até o momento para o lançamento do dólar digital.

O avanço de criptomoedas como o bitcoin e o uso crescente de sistemas de pagamento digitais provocaram o interesse da criação de uma moeda digital oficial.

A moeda digital é o equivalente desmaterializado de moedas e cédulas, que na verdade são créditos diretos aos bancos centrais. Portanto, se for oficial, poderia ser utilizada sem passar pela intermediação de um banco, o que atualmente é necessário para as moedas digitais.

Os Estados querem evitar abrir espaço para atores privados ou potências estrangeiras.

De modo mais amplo, o presidente americano também pedirá ao governo federal para analisar os riscos relacionados ao desenvolvimento das criptomoedas, incluindo os perigos financeiros ou de segurança, como o uso para atividades criminosas que atentem de alguma forma contra a segurança nacional.

Um alto funcionário garantiu que o governo americano “continuará combatendo de maneira forte” qualquer uso de criptomoedas que sirvam “para evitar sanções dos Estados Unidos e isso também se aplica à Rússia”, que enfrenta pesadas sanções ocidentais desde que invadiu a Ucrânia.

A mesma fonte considerou, no entanto, que no caso da Rússia não pensa que “o uso de criptomoedas seja um modo viável para evitar as sanções financeira” que buscam afastar o país dos circuitos financeiros mundiais.

A Casa Branca ressaltou que, segundo alguns estudos, quase 16% dos adultos americanos investiram ou usaram criptomoedas.

“O desenvolvimento de ativos digitais oferece a oportunidade aos Estados Unidos de reforçar seu domínio nas finanças e tecnologia, mas também tem consequências importantes para a proteção dos consumidores, a estabilidade financeira, a segurança nacional e o meio ambiente”, destaca o comunicado.

Folha