Bolsonaro defende picaretagem carola no MEC e funcionária fantasma

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Foto: Reprodução

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira, durante live nas suas redes sociais, que ele coloca “a cara no fogo” pelo ministro da Educação, Milton Ribeiro. O chefe do Executivo disse que o titular da educação é alvo de “covardia” e que não “colocaria na agenda oficial” encontro com os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura se ele estivesse “armando”.

— Se ele estivesse armando não tinha colocado na agenda oficial aberta ao público. Quando quer armar vai para um fim de mundo, no meio do mato, não bota na agenda o nome do corruptor. Eu boto a minha cara no fogo pelo Milton (Ribeiro), a minha cara toda. Estão fazendo uma covardia com ele — disse Bolsonaro.

Bolsonaro disse que pediu para que a Polícia Federal investigue a atuação dos pastores, suspeitos de atuarem como lobistas e acelerarem a liberação de verbas no MEC. Prefeitos relataram ao GLOBO que Arilton teria solicitado propina para ajudá-los a destravar os recursos.

— Ontem eu pedi para a PF que abrisse um procedimento para investigar o caso, que está na esteira do que a CGU está fazendo.

O presidente defendeu a atuação de Milton Ribeiro afirmando que a apuração da Controladoria-Geral da União não encontrou indícios de participação de servidores públicos no suposto esquema.

— A CGU investigou o caso por seis meses e concluiu que tinha zero interferência de servidor público.

Nesta quarta-feira, o ministro da Educação afirmou em entrevista à CNN e à Jovem Pan que recebeu uma denúncia anônima da possível atuação dos pastores em agosto do ano passado e pediu ao ministro da CGU, Wagner do Rosário, que tomasse providências. A Controladoria afirmou que encontrou indícios da prática de crimes, mas disse que não encontrou irregularidades por parte de agentes públicos.

Nesta quinta-feira, a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia autorizou a abertura de inquérito para apurar as suspeitas envolvendo o ministro da Educação. Bolsonaro disse que ele e Milton Ribeiro estavam felizes com a notícia.

— Parabéns, estou muito feliz, o Milton também, com essa autorização. Esperamos que os prefeitos colaborem com informações.

A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, que participou da live do presidente nesta quinta-feira, pediu a “pena máxima, cassação” do mandato do deputado estadual Arthur do Val. A ministra afirmou que falou sobre o acontecimento na ONU no início do mês e que Arthur do Val “envergonhou o Brasil”.

O deputado, conhecido como “Mamãe Falei”, disse em áudios que as ucranianas “são fáceis porque são pobres”.

— Pena máxima, cassação. E ele vai ter que continuar respondendo processo também. O que esse deputado fez foi a maior violência contra mulheres em dupla vulnerabilidade. O que esse deputado fez foi uma das coisas mais vergonhosas. E vocês não têm ideia do quanto eu tive que ficar falando disso na ONU. Ele envergonhou o Brasil.

Bolsonaro, então, completou:

— Acho que esse parlamentar tinha que ser obrigado a ir em Pacaraima, Roraima, pra ver como as mulheres vêm a pé da Venezuela para o Brasil. Algumas solteiras, casadas, com filhos, filhos no ventre. Chegam numa situação deplorável, só Deus sabe o que aconteceu com ela no meio do caminho, o que são obrigadas a fazer para que não molestassem o seu filho. Ai, vai esse cara dizer que são mulheres fáceis. Ah, pelo amor de Deus.

A ministra também confirmou que deixará o ministério na próxima semana e que anunciará no dia 31 o cargo que tentará nas eleições de outubro.

— Já está definido que eu tenho um partido, minha filiação será na segunda-feira.Já está definido que eu não serei mais ministra a partir da semana que vem. Mas a gente só vai anunciar depois a que serei candidata e aonde. Vou anunciar dia 31 no Amapá.

O Globo