Bolsonaro fala sobre preços dos combustíveis como se não fosse presidente
Foto: Milan Krasula / Getty Images
O presidente Jair Bolsonaro sabe que o futuro novo presidente da Petrobras, Adriano Pires, não irá revogar a atual política de preços da estatal, que tem entre seus parâmetros a variação do barril do petróleo no mercado internacional, mas espera que ele faça ajustes na regra que possam atenuar as pressões dos combustíveis sobre a inflação.
Segundo interlocutores do presidente da República, Bolsonaro sabe que Adriano Pires defende o modelo atual de reajuste, mas tem condições de fazer ajustes sem criar tensões no mercado porque é visto como um nome afinado com o setor produtivo e defensor da liberdade de preços no mercado de combustíveis.
Depois de conversas do próprio presidente e de ministros com Adriano Pires nos últimos dias, quando ele foi convidado para assumir o comando da estatal, a equipe presidencial avaliou que ele tem um plano na cabeça sobre como conduzir a empresa e, ao mesmo tempo, lidar com a instabilidade do mercado internacional de uma forma que possa aliviar, no que for possível, o peso no bolso dos consumidores.
Na avaliação de aliados de Bolsonaro, o presidente da Petrobras , Joaquim Silva e Luna, que vai deixar o posto no próximo mês, não tinha conhecimento do mercado de combustíveis e não conseguia desenvolver um plano para a empresa.
Já Adriano Pires domina o setor e já chega com ideias prontas para implementar na estatal.
A troca estava prevista para ser anunciada em abril, mas foi antecipada por dois motivos. Primeiro, reduzir o impacto negativo da demissão do ministro da Educação, Milton Ribeiro. Segundo, por questões políticas, diante da avaliação de que a alta dos combustíveis estava desgastando a imagem de Bolsonaro e ele precisava mostrar que está tomando medidas para mudar o cenário no setor.