Bolsonaro garantiu que guerra na Ucrânia terminaria “rapidamente”
Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino
Já se passaram 34 dias desde que Jair Bolsonaro afirmou em entrevista no Guarujá que a guerra na Ucrânia acabaria “nos próximos dias ou nas próximas horas”. Naquele domingo de Carnaval, o presidente disse ter conversado com Vladimir Putin durante duas horas e afirmou ter “convicção” de que Rússia e Ucrânia iriam “chegar a um consenso” sobre a guerra e ainda considerou “exagero” falar em massacre.
No dia seguinte àquela declaração, Bolsonaro foi além e ainda ressaltou seu conhecimento militar para destacar a previsão de que o conflito se resolveria “rapidamente”:
– Fiquei 15 anos no Exército. Logicamente tenho alguma vivência, não só até o posto de capitão, dados aos contatos e a posição de presidente da República, que eu converso com oficiais-generais também. A diferença é muito grande entre uma tropa e outra, então a tendência é se resolver rapidamente isso daí. No meu entender, dada a diferença, repito, de força esse conflito chegará ao fim rapidamente. Talvez até, talvez, antes da votação dessa resolução depois de amanhã que poderá ser votada (na ONU).
Dados da ONU calculam que pelo menos 977 civis já morreram devido à guerra na Ucrânia, 196 homens, 144 mulheres, 12 são meninas, 27 meninos e outras 42 crianças e 556 adultos não tiveram o sexo identificado. Há ainda 1.594 feridos.
A propósito, fazer previsões parece não ser o forte do presidente. Em abril de 2020, antes mesmo da pandemia de Covid-19 atingir seu pico no país, Bolsonaro afirmou que o vírus estava “começando a ir embora”. Repetiu a mesma falácia algumas vezes depois. Mas, de lá pra cá, já morreram cerca de 659 mil pessoas no Brasil vítimas de Covid-19.