Bolsonaro já escolheu novo comandante do Exército

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Foto: Patria Digital

Inclinado a definir o general da reserva Walter Braga Netto como candidato a vice-presidente em sua chapa, o presidente Jair Bolsonaro acertou ontem duas mudanças na estrutura de Defesa. O ministério comandado por Braga Netto será assumido pelo atual comandante do Exército, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira. Para o seu lugar, Bolsonaro promoverá o general Marco Antônio Freire Gomes, atualmente no Comando de Operação Terrestres.

O general de quatro estrelas – posto mais alto da carreira – é oriundo do Comando Militar do Nordeste, onde foi comandante entre 2018 e 2021. Antes, ocupou o cargo de secretário-executivo do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no governo Michel Temer.

No ano passado, ao analisar nomes para essas substituições, Freire Gomes já havia sido cotado para comandar o Exército. A proximidade com o presidente ficou mais clara no mês passado, quando o general compôs a comitiva que viajou à Rússia com Bolsonaro.

A oficialização dos novos nomes deverá ocorrer na quinta-feira. Ontem, Bolsonaro fez uma reunião no Palácio do Planalto para selar sua decisão. Participaram do encontro, além de Braga Netto e Nogueira de Oliveira, os comandantes da Marinha, almirante Almir Garnier, e da Aeronáutica, brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior.

O ministro da Defesa e os três comandantes das Forças estão nos cargos há quase um ano. Eles tomaram posse em 31 de março de 2021, data de aniversário do golpe militar. Na ocasião, Bolsonaro decidiu mudar toda a estrutura liderada pelo então ministro Fernando Azevedo e Silva. Nos bastidores, o presidente cobrava maior alinhamento ao seu governo em um período em que vivia frequentes embates com o Supremo Tribunal Federal (STF).

Braga Netto migrou para a Defesa no momento em que tinha seu trabalho na Casa Civil contestado internamente. A pasta, considerada a mais importante da Esplanada dos Ministérios, foi assumida na ocasião pelo senador Ciro Nogueira (PP-PI). A troca também inaugurou a adoção de discursos menos voltados ao papel institucional das Forças Armadas e com sinais de apoio político a Bolsonaro.

Nos atos de 7 de setembro, em que Bolsonaro ameaçou descumprir decisões do STF, Braga Netto sobrevoou a manifestação em Brasília. E em outras oportunidades, acompanhou o presidente em agendas políticas, como visitas a áreas periféricas.

Para concorrer como vice, Braga Netto ainda precisa se filiar a um partido. O mais provável é o PL, que já abrigou Bolsonaro e outros apoiadores.

O presidente ainda não bateu o martelo, mas já indicou a auxiliares e outras pessoas próximas sua intenção de ter na chapa um nome de estrita confiança, que não represente risco de traição. Além das mudanças na Defesa, Bolsonaro oficializará na quinta-feira a reforma ministerial por ocasião das eleições – prazo definido em lei para desincompatibilização. Ao todo, 10 ministros devem ser substituídos, com prioridade a nomes das equipes.

Entre os novos ministros já anunciados, estão o ainda secretário executivo do Ministério da Agricultura, Marcos Montes. E para o Ministério da Cidadania, o secretário de assuntos estratégicos da pasta, Ronaldo Vieira Bento.

Valor Econômico