Bolsonaro teme demitir ministro da Educação e enfurecer evangélicos
Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles
O presidente Jair Bolsonaro avisou a lideranças de partidos do Centrão, nas últimas horas, que não abre mão de escolher pessoalmente seu ministro da Educação.
O recado foi dado, segundo auxiliares, após o presidente detectar movimentos de caciques do bloco para tentar derrubar o atual titular do Ministério da Educação, Milton Ribeiro.
O ministro entrou na mira do Centrão e de algumas lideranças evangélicas após o jornal Folha de S. Paulo revelar um áudio polêmico atribuído a Milton Ribeiro.
Na gravação, Ribeiro diz que o governo federal prioriza prefeituras cujos pedidos de liberação de verba foram negociados por dois pastores evangélicos sem cargo na pasta.
Centrão e alas da bancada evangélica no Congresso tentam usar o episódio para derrubar o ministro e emplacar nomes mais ligados a eles no comando do MEC.
Um dos nomes defendidos por caciques do Centrão para a vaga é o do atual presidente do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), Marcelo Lopes.
Lopes é ligado ao ministro-chefe da Casa Civil e presidente nacional do Progressistas, Ciro Nogueira, de quem já foi chefe de gabinete no Senado antes de assumir o FNDE.
Já entre grupos evangélicos o nome defendido para assumir o Ministério da Educação é o do reitor do ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica), Anderson Correia.
Bolsonaro, no entanto, avisou a caciques do Centrão que, mesmo que Milton Ribeiro acabe saindo em razão do episódio do áudio, o bloco não indicará o sucessor.
Segundo auxiliares presidenciais, além do MEC, Bolsonaro não topa ceder a indicação para outros ministérios importantes, entre eles Economia e Saúde.