Deputado quer condicionar uso da palavra Bíblia
Um projeto de lei apresentado pelo deputado pastor sargento Isidorio (Avante-BA) quer proibir o uso da palavra “Bíblia” em qualquer citação de contexto diferente àquele do livro sagrado. A proposta, que tramita em regime de urgência na Câmara dos Deputados, ou seja, que pode ser votada a qualquer momento pelo plenário da Casa, prevê que quem publique o termo “Bíblia” ou “Bíblia Sagrada” em referência a qualquer assunto que não sejam as escrituras cristãs responda pelo crime de estelionato. A pena prevista é de quatro a oito anos de reclusão.
O caso citado pelo deputado como justificativa para seu projeto é a edição de versões do livro sagrado, por ativistas, que trazem propostas de correções relacionadas aos homossexuais. “Há indícios que tal livro (Bíblia Gay) pretende tirar as referências que condenam o homossexualismo. Seria uma verdadeira heresia e total desrespeito às autoridades eclesiásticas”.
Deputado mais votado da Bahia em 2018, Isidório se autoproclama ex-gay e prega que a homossexualidade é um pecado.
O pastor Isidorio alega que, se for “aberto o precedente para que haja um livro corporativista com nome (apelidado) bíblia gay ou de nomenclatura similar, em pouco tempo surgirá também outros livros apelidados de bíblia para outros segmentos de pecadores, a exemplo: homicidas, adúlteros, prostitutos, mentirosos etc. Ou seja, livros chamados de bíblia para livrar todo tipo de pecadores”
Globo