Diretora de escola infantil denunciada está foragida

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Foto: Reprodução

Uma professora da Escola de Educação Infantil Colmeia Mágica, na zona leste de São Paulo, relatou que as crianças ficavam de castigo no chamado “cantinho do pensamento”, na sala da diretora e proprietária Roberta Regina Rossi Serme, que está foragida.

Em entrevista ao Fantástico, a educadora contou que as crianças permaneciam até cinco horas em pé, como forma de castigo. A escola infantil é investigada por tortura e maus-tratos, após denúncia de pais.

“Eu já presenciei criança ali ficar em torno de quatro, cinco horas em pé”, afirmou, por áudio, a funcionária, que teve a identidade preservada por ter medo de se expor.

Todas as professoras confirmaram, em depoimento, que a diretora ordenava que os alunos mais novos e que choravam muito fossem amarrados e colocados no banheiro, com porta fechada. Em algumas ocasiões, as crianças ficavam com a luz apagada.

Segundo uma das professoras, as crianças ficavam no banheiro, que é pequeno e sem ventilação, até dormir ou parar de chorar. “Já vi até cinco bebês no banheiro”, afirmou a funcionária.

A professora também falou sobre a justificativa que Roberta usava para que as crianças fossem amarradas com lençóis.

“A explicação do charutinho é o que ela passava para gente: que isso era um procedimento feito para eles ficarem mais calmos. Ela disse que eu poderia até pesquisar na internet, porque essa era uma técnica usada pelos chineses”, revelou a educadora.

Uma especialista em educação confirmou que a técnica existe, mas só pode ser usada com bebês muito novos.

“De fato, charutinho existe, mas com bebês recém-nascidos. Você envolve o bebê para ele se sentir no útero. Então, como cabe, ele fica apertadinho, você usa para acalmar a criança. Mas isso é inadmissível com as crianças maiores”, explicou a pedagoga Telma Vinha, da Unicamp, ao programa Fantástico.

A Colmeia Mágica, que atendia de bebês a crianças de 5 anos, é investigada, desde 10 de março, pelos crimes de tortura, maus-tratos, periclitação de vida, que é colocar a saúde das crianças em risco, e submissão delas a vexame ou constrangimento.

Gravações que circulam nas redes sociais mostram crianças chorando e com os braços amarrados por panos. Os alunos também aparecem recebendo alimentação em um banheiro.

Em nota divulgada no último dia 16, Roberta e Fernanda Serme, diretora e vice-diretora da instituição, afirmaram que as denúncias de pais de alunos e professores são “incabíveis, inverídicas e aterrorizantes“. As representantes da entidade alegaram ainda que estavam sendo acusadas “cruel e injustamente”, sem comprovação confiável.

Metrópoles