Dólar cai abaixo de 5 reais

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Foto: Dado Ruvic / Reuters

O dólar voltou a ser negociado abaixo dos R$ 5 nesta quarta-feira enquanto a Bolsa sobe, acompanhando cenário de relativo otimismo, nesta quarta-feira, nos principais mercados acionários no exterior. O petróleo tipo Brent, referência mundial, cai 5%, a US$ 121, após sucessivos dias de altas acentuadas.

Entre os fatores de alívio para o mercado está o fato do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmar que “moderou” sua posição pela adesão da Ucrânia à Otan (a aliança militar ocidental liderada pelos EUA), considerar o “status neutro” do país e negociar a independência de áreas separatistas já reconhecidas por Moscou.

A Rússia, por sua vez, afirmou hoje que os objetivos em sua invasão militar não incluem derrubar o governo de Kiev e nem ocupar a Ucrânia.

Esta marcada para esta quinta-feira uma importantíssima reunião de negociação, na Turquia, entre o chanceler russo e o ministro de relações exteriores da Ucrânia.

— Os mercados estão operando fortes, com especulações de que a Ucrânia pode aceitar os termos da Rússia e, com isso, ligamos o risk-on (posição favorável ao risco). O resultado disso é queda das commodities, do Tesouro e dólar americanos e bolsas subindo — destaca o sócio da Criteria Investimentos, Vitor Miziara.

Por volta de 12h35, a moeda americana tinha baixa de 1,19%, negociado a R$ 4,9935.

No dia 23 de fevereiro, a moeda havia furado a barreira dos R$ 5 pela primeira vez desde julho do ano passado, quando atingiu a barreira dos R$ 4,9947.

Após repercutirem uma nova rodada de sanções anunciadas na terça-feira, os mercados na Europa apresentavam recuperação pela manhã enquanto os preços do barril de petróleo caíam. O Brent recua 5%, cotado a US$ 121,45. O WTI, referência no mercado americano, também recua 5%, a US$ 117,49.

“De todo modo, as incertezas seguem elevadas e o cenário aponta para preços pressionados por um período mais prolongado, aumentando os desafios da política monetária, ainda mais quando levamos em conta os riscos baixistas para o crescimento”, destacou o Bradesco em nota matinal.

Subsídio para conter alta de preços
Na cena interna, o foco do mercado está nas medidas que serão adotadas pelo governo para frear o avanço dos combustíveis com a alta do petróleo.

Em reunião na terça-feira, ministros do governo Jair Bolsonaro avançaram nas negociações para criar um subsídio federal com o objetivo de segurar os preços. No início da semana, Bolsonaro voltou a criticar a política de preços praticada pela Petrobras, derrubando as ações da empresa.

Números que circularam no Palácio do Planalto apontam para um subsídio de três meses, que poderia custar cerca de R$ 25 bilhões.

Para isso, seria necessário editar um crédito extraordinário, fora do teto de gastos. A decisão, no entanto, ainda não foi tomada e deve continuar pressionando o comportamento do mercado.

Nesta quarta-feira, o Plenário do Senado se reúne para votar projetos sobre a alta dos combustíveis.

Entre as ações, as ordinárias da Petrobras (PETR3, com direito a voto) cediam 0,92% e as preferenciais (PETR4, sem direito a voto), 0,77%.

Em um dia negativo para o minério de ferro negociado no exterior, as ordinárias da Vale (VALE3) caíam 6,47% e as da Siderúrgica Nacional (CSNA3), 0,33%.

As preferenciais da Usiminas (USIM5) cediam 1,06%.

No setor financeiro, as preferenciais do Itaú (ITUB4) e do Bradesco (BBDC4) tinham altas de 4,22% e 4,88%, respectivamente.

Aproveitando-se da queda nas taxas de juros futuros, empresas ligadas à economia doméstica e que vinham descontadas têm forte alta.

As ordinárias do Grupo Natura (NTCO3) avançavam 15,91% e as da LocalWeb (LWSA3), 11,24%. As units do Banco Inter (BIDI11) subiam 14,69%.

Marfrig tem lucro recorde em 2021
A Marfrig registrou lucro líquido de R$ 650 milhões no quarto trimestre, queda de 44,5% na base de comparação anual. A receita líquida atingiu R$ 23,9 bilhões, alta de 31,1% na mesma base de comparação.

No acumulado de 2021, o lucro líquido foi de R$ 4,342 bilhões, alta de 31,5% ante 2020.

A margem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) totalizou R$ 14,5 bilhões, alta de 51,6% ante o registrado em 2020.

Segundo a Marfrig, os números de 2021 representaram os “melhores resultados históricos” da companhia.

Os papéis ON da companhia (MRFG3) subiam 0,50%.

Em relatório, a XP avaliou os resultados como fortes, mas destacou que boa parte da performance positiva vem das operações nos Estados Unidos.

“Apesar dos preços mais altos do gado nos EUA e da expectativa de acomodação nas margens, a demanda permaneceu forte e os preços resilientes da carne bovina permitiram mais um trimestre com margens recordes. A maior parte dessa tendência já era esperada, pois os valores da carne bovina (cut-out) continuaram surpreendendo o mercado, enquanto as exportações também foram positivas, apesar de serem menos relevantes para a Marfrig”, destacaram os analistas Leonardo Alencar e Pedro Fonseca.

O Globo