Juíza negra chega à Suprema Corte dos EUA

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Foto: Evan Vucci/AP/Image Plus

O sorriso incontido de Ketanji Brown Jackson e o olhar orgulhoso da filha Leila, logo atrás, emolduraram um momento histórico no Senado dos Estados Unidos: a indicação da primeira juíza negra a integrar a Suprema Corte americana. No primeiro dia de audiências em Washington, Ketanji, de 51 anos, nascida na capital e criada em Miami, fez questão de citar os pais, que frequentaram colégios segregados e foram professores de escolas públicas. “Eles me ensinaram que, se acreditasse em mim mesma, poderia fazer ou ser o que eu quisesse”, discursou. Formada em Harvard, atuou como defensora pública para clientes desfavorecidos e é juíza há uma década. Apesar das credenciais, viu-se no centro de um debate partidário. Ela foi indicada pelo presidente americano, o democrata Joe Biden, que prometera nomear uma juíza negra. Alguns membros da ala republicana torceram o nariz e prometeram questionamentos duros, que incluíam temas como aborto e direito às armas. “Não montaremos espetáculo, mas faremos perguntas contundentes”, disse o senador Lindsey Graham. A indicação só depende da aprovação de metade do Senado, o que deve ocorrer com alguma tranquilidade. Com isso, Ketanji se tornará a primeira juíza negra em 233 anos de Suprema Corte. Antes dela, só dois afro-americanos chegaram lá: Thurgood Marshall, entre 1967 e 1991, e seu sucessor, Clarence Thomas, que permanece no cargo. Ela substituirá Stephen Breyer, de 83 anos, outro juiz liberal, que está se aposentando. Viva a diversidade.

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