Malafaia não quer Braga Netto como vice de Bolsonaro
Foto: Agência Brasil
O pastor Silas Malafaia, aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), reprovou a possível escolha do general e ministro da Defesa, Walter Braga Netto, para ser vice de Bolsonaro na disputa à reeleição do atual mandatário no pleito deste ano.
Para o religioso, que é pastor da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, o vice ideal seria uma pessoa da política e não um militar, como o atual vice de Bolsonaro, o general Hamilton Mourão (Republicanos). Os evangélicos estão entre os grupos tidos como essenciais na eleição de 2 de outubro e esse público está entrando no alvo das campanhas dos pré-candidatos ao Palácio do Planalto.
“O rio não passa duas vezes no mesmo lugar. O presidente já precisou de um general para dar segurança à sua candidatura. O momento agora é outro”, começou o religioso em conversa com o Radar, da Revista Veja.
E completou: “Eu respeito muito o Braga Netto. Ele se mostrou um bom ministro e uma pessoa leal, mas o Bolsonaro precisa ter agora ao seu lado alguém que agregue capital político”. Segundo o pastor, o nome ideal de vice “seria do Sudeste ou do Nordeste”, destacando que a sugestão é apenas uma “opinião pessoal”.
A possível escolha de Braga Netto passou a ser cogitada após o general Hamilton Mourão, que hoje ocupa o cargo de vice, decidir concorrer ao Senado pelo Rio Grande do Sul.
Durante a atual gestão, Bolsonaro e Mourão apresentaram diversas discordâncias, e o chefe do Executivo chegou a dizer, em julho 2021, que o vice foi escolhido “em cima da hora” nas eleições de 2018 e que ele atrapalha “um pouco” o governo.
O presidente confirmou na segunda-feira (21) que já escolheu o vice de sua chapa para disputar a reeleição ao Palácio do Planalto. Ele não revelou o nome do escolhido, mas disse que se trata de alguém que ocupa um dos ministérios de seu governo, é natural do estado de Minas Gerais e também fez colégio militar.
As “dicas” apontam para o nome do general Walter Braga Netto. O militar comanda o Ministério da Defesa. Além disso, Braga Netto é natural de Belo Horizonte e formado pela Academia Militar de Agulhas Negras, na turma de 1978.
“Vocês vão adivinhar quem vai ser o meu vice pelas possíveis saídas de ministros. Não é um vice para ajudar a ganhar a eleição, é um vice para ajudar a governar o Brasil. Eu tenho que ter um vice que não tenha ambições de sentar na minha cadeira.
O vice vai ser de Minas Gerais. […] E vou dar mais dica, é de Belo Horizonte e fez colégio militar também”, disse Bolsonaro em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan. Durante a entrevista, o presidente afirmou ainda que o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, que participava da conversa, conseguiria adivinhar o vice escolhido.
“Um homem leal, competente e sério, e acima de tudo, muito discreto e eficiente. Então eu espero que seja ele o mineiro que o senhor está se referindo. Para termos novamente um bloco do presidente Bolsonaro, agora, se Deus quiser, com Braga Netto”, comentou o ex-chefe da pasta ao falar sobre seu “palpite e desejo”. Pesquisa Pesquisa Genial/Quaest divulgada ontem (23) aponta o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na liderança entre eleitores do estado do Rio de Janeiro.
No cenário com dez pré-candidatos, Lula aparece com 39% das intenções de votos na pesquisa estimulada, quando os nomes são apresentados ao entrevistado. Em seguida, está o presidente Jair Bolsonaro (PL), com 31%. A margem de erro é de 2,8 pontos percentuais para mais ou para menos.
Na sequência, vêm os ex-ministros Ciro Gomes (PDT) e Sergio Moro (Podemos), com 5% cada; o deputado federal André Janones (Avante), com 3%; e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), a senadora Simone Tebet (MDB) e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), com 1%.
Todos eles estão tecnicamente empatados, dentro da margem de erro. Alessandro Vieira (PSDB) e Felipe D’Ávila (Novo) não pontuaram, mas, dentro da margem de erro, empatam com Ciro, Moro, Janones, Doria, Tebet e Leite. No segundo cenário analisado, com cinco pré-candidatos, Lula lidera com 41%, Bolsonaro tem 32%, Ciro Gomes, 7%, e Doria e Leite aparecem empatados, com 2%.