Marta diz que machismo nos partidos impedirá Lula de nomear mais mulheres

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Foto: Pedro Kirilos / Agência O Globo

A secretária de Relações Internacionais da Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy, não acredita que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva consiga implantar um ministério com paridade de postos entre homens e mulheres caso seja eleito na disputa de outubro. A ex-prefeita, que pretende se engajar na campanha do petista, tem tomado à frente de um movimento para ampliar a participação das mulheres na política.

Na noite de quarta-feira, Marta reuniu em seu apartamento nos Jardins, na Zona Oeste São Paulo, um grupo de mulheres para ouvir relatos de ativistas que estiveram no Chile para acompanhar a posse do esquerdista Gabriel Boric. O novo presidente chileno nomeou um ministério com 14 mulheres e dez homens.

— Acho difícil. Seria bastante ousado e interessante (Lula montar um ministério paritário). Mas a nossa composição (política) é complicada, tem que ajeitar as coisas. Chega na hora H, os partidos não indicam as mulheres. Se for esperar partido, esquece — afirmou Marta.

Entre as ativistas que foram ao Chile estava Anielle Franco, irmã da vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018. Ao grupo de cerca de 30 mulheres reunidas no apartamento de Marta, composto por advogadas, quilombolas, integrantes do movimento negro e LGBTQIA+, as ativistas relataram que a participação feminina na política chilena é impulsionada por constantes manifestações de rua.

Marta defendeu a necessidade de ocupação de espaços na política brasileira não só por mulheres, mas principalmente por mulheres negras. Esse foi o segundo encontro promovido este ano pela ex-prefeita para debater o tema.

O Globo