
Ministro chora para manter presidente da Petrobras bonzinho para acionistas
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, tem visitado colegas de Esplanada em busca de apoio à permanência de Joaquim Silva e Luna na presidência da Petrobras. Desde o início da semana, Albuquerque se reuniu com ministros para dizer que culpar Luna pelo aumento dos combustíveis é uma “injustiça”. Em uma das conversas, o chefe da pasta de Minas e Energia chegou a se emocionar enquanto defendia Silva e Luna.
Nas reuniões, Albuquerque argumentou que o Brasil correria risco de desabastecimento se não houvesse aumento do combustível e disse que o presidente da Petrobras não pode arcar com tudo, pois ele não tem autonomia sobre decisões da empresa, como a política de preços.
Em entrevista ao GLOBO, Bento Albuquerque negou substituições na Petrobras. Integrantes do governo, porém, avaliam que ele deveria fazer uma defesa pública mais contundente de Silva e Luna. Isso implicaria em entrar em choque com o presidente Bolsonaro, que tem reiterado críticas à estatal. Nesta quarta-feira, Bolsonaro disse que a Petrobras não é o que ele “gostaria” e que ele fará o possível para alterar a atuação da empresa, apesar de ressaltar que não tem ingerência direta sobre a companhia.
Tanto Bento Albuquerque como Silva e Luna são das Forças Armadas. O primeiro é almirante de esquadra, a mais alta patente de oficial general nas forças navais, e o segundo é general quatro estrelas da reserva do Exército.