Rússia ameaça de banimento empresas que deixarem o país

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Foto: Andrey Rudakov / Bloomberg/16-5-2017

A Procuradoria russa ordenou, nesta sexta-feira, um “controle estrito” das empresas estrangeiras que anunciaram que estão suspendendo suas atividades no país, em resposta à invasão russa na Ucrânia. Em comunicado, o órgão garante que “reprimirá com firmeza” qualquer tentativa das empresas que deixem a Rússia “de não respeitar unilateralmente suas obrigações”.

“Os procuradores vão estabelecer um controle estrito do respeito à lei trabalhista, pagamento de salários e cumprimento de obrigações contratuais”, anunciou o procurador-geral, em uma nota, onde ameaça adotar ações legais contra empresas que alegarem falência “fictícia, ou premeditada”.

Após a entrada do Exército russo na Ucrânia, em 24 de fevereiro, muitas empresas anunciaram suspender, ou cancelar, suas atividades na Rússia: da Coca-Cola à H&M, passando por McDonald’s, Ikea, Shell e BP. Com isso, centenas de milhares de empregos estão ameaçados, em um momento em que as sanções ocidentais que atingem o sistema financeiro russo e sua indústria podem mergulhar o país em uma profunda crise econômica.

Sem pronunciar a palavra “nacionalização”, o presidente russo, Vladimir Putin, declarou na quinta-feira ser favorável à nomeação de administradores “externos” na gestão de empresas estrangeiras que saírem do país “para transferi-las para quem quiser fazê-las funcionar”.

Em uma reunião do governo transmitida pela televisão — modo de comunicação que adotou desde pouco antes do início da guerra —, Putin disse que as sanções ocidentais são ilegítimas e que a Rússia resolverá calmamente os problemas decorrentes delas. Mas admitiu que as punições causam impactos na economia russa, o que disser ser “temporário”.

— É claro que nesses momentos a demanda por determinados bens sempre aumenta, mas não temos dúvidas de que resolveremos todos esses problemas trabalhando com calma — afirmou. — Aos poucos, as pessoas vão se orientar, vão entender que simplesmente não há problemas que não possamos encerrar e resolver.

O Globo