Secretário de Educação da Bahia disputará sucessão de Rui Costa
O PT decidiu lançar o secretário de Educação da Bahia, Jerônimo Rodrigues, como candidato ao governo do Estado. A candidatura deve ser oficializada em reunião do diretório estadual do PT, prevista para este sábado, 12.
Rodrigues sempre foi o nome da preferência do governador da Bahia, Rui Costa, depois que o senador Jaques Wagner desistiu do páreo. O secretário de Relações Institucionais, Luiz Caetano, e a prefeita de Lauro Freitas (BA), Moema Gramacho, também disputavam a indicação do partido.
Setores do PT avaliam que a escolha foi uma forma de compensação ao governador, que abriu mão de disputar o Senado para cumprir o mandato até o fim. O candidato da chapa ao Senado, agora, será Otto Alencar (PSD), que vai disputar a reeleição.
Menos ligado à militância petista e sem nunca ter tido mandato, Rodrigues deve ser apresentado aos eleitores como renovação, diante do natural desgaste de imagem do PT, que completará 16 anos à frente do governo na Bahia. O secretário de Educação se aproximou de Costa ao coordenar as campanhas dele ao governo, em 2014 e 2018.
O desafio do PT será conseguir unidade na base aliada em torno da indicação de Rodrigues. Costa e Wagner tentam debelar uma crise com o Progressistas, que ameaça desembarcar do grupo para lançar candidatura própria ao governo, com apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL), ou mesmo selar aliança com o ex-prefeito ACM Neto (União Brasil). Nesse caso, a ideia é que o vice-governador, João Leão, seja candidato ao Senado na chapa de Neto.
Na prática, o Progressistas está descontente com o descumprimento do acordo, segundo o qual o governador da Bahia renunciaria ao mandato para ser candidato ao Senado, deixando a cadeira para João Leão. Irritou a legenda o fato de Wagner ter anunciado a permanência de Costa no governo em uma rádio, sem antes dialogar com o Progressistas.
O grupo petista deu diferentes sinais nos últimos meses. No começo, a pré-candidatura ao governo estadual seria feita pelo ex-governador Jaques Wagner; Rui Costa, por outro lado, manifestou interesse em disputar o Senado, o que faria com que o PSD indicasse Otto Alencar ao governo do Estado. Otto preferiu manter a candidatura ao Congresso, o que deu ao PT a possibilidade de ter novamente o nome ao governo. Jaques Wagner anunciou, em seguida, que não entraria na disputa ao governo do Estado antes de falar com o Progressistas.
A expectativa de Costa e Wagner, que tentam segurar o partido na base, é que uma reunião com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos próximos dias solucione o impasse. Nos bastidores, no entanto, a saída de Leão da base é dada como certa.
Estadão