Alckmin fez pacto de silêncio com Lula até o anúncio da chapa

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Foto: Felipe Araujo/AFP

Antes de chegar ao elogio público e entusiasmado de ontem, num evento com as centrais sindicais, Geraldo Alckmin e Lula fizeram um pacto de silêncio que durou meses.

A história foi contada por interlocutores dos dois em uma mesa, no jantar promovido nesta semana pelo grupo de advogados ligados a Lula, o Prerrogativas, que deu as boas vindas a Alckmin na aliança.

A combinação entre os dois foi feita no primeiro jantar desse mesmo grupo de que o ex-governador participou, também em São Paulo, em dezembro.

Na ocasião, a aliança já vinha sendo discutida havia meses, mas ainda era uma novidade no cenário político e enfrentava resistências tanto no PT quanto entre aliados do ex-governador de São Paulo.

Do lado petista, era preciso contornar as resistências do ex-presidente, Rui Falcão, e mesmo da atual presidente, Gleisi Hoffman.

A ex-presidente Dilma Rousseff, que não foi ao jantar em São Paulo, também não era fã da união.

Alckmin, por sua vez, tinha que fechar com um partido e tentar atrair para ele alguns ex-tucanos, o que de fato fez.

Desde então, foram várias reuniões e costuras internas. Nas entrevistas, Lula defendia a possível aliança, mas não a confirmava.

Já Alckmin oscilou entre o PSB, o Solidariedade e o PV, mas só fechou definitivamente com o PSB no início de março. E ficou irritado com o presidente do partido, Carlos Siqueira, por ter vazado o acordo entre eles. Tanto Alckmin como Lula queriam controlar todos os movimentos da articulação.

O ex-governador de São Paulo acabou se filiando ao PSB na semana passada, assim como alguns aliados e no jantar dos advogados já parecia bem mais ambientado ao novo ambiente, contando piadas e abraçando as pessoas.

Talvez esse pessoal tenha se surpreendido menos do que o resto das pessoas com a fala do “ex-picolé de chuchu” ontem, bradando empolgado ao microfone que Lula é o maior líder popular do Brasil.

O Globo