Bajulação de Jefferson e do PTB a Bolsonaro deu em nada e ele os abandonou

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Foto: Alan Santos/PR/Divulgação

O presidente Jair Bolsonaro (PL) foi um dos grandes vencedores da janela partidária que terminou no dia 1º de abril. Os partidos que compõem o chamado Centrão, bloco parlamentar que apoia o seu governo no Congresso, saltou de 108 deputados eleitos em 2018 para 169. Com 76 parlamentares, o seu PL virou, com folga, a maior bancada da Casa. Todas essas legendas foram agraciadas com a migração em massa de apoiadores do governo que estavam em outras siglas, especialmente no PSL.

Mas o PTB, um dos partidos mais bolsonaristas dos últimos anos, talvez o mais radical nesse sentido, não tem o que comemorar. A legenda, uma das mais tradicionais do sistema partidário brasileiro, definhou e hoje tem apenas três deputados na Câmara — tinha dez antes da janela. Só não ficou menor que a Rede (dois parlamentares) e o PV (três) entre todas as 23 legendas com assento na Casa.

O PTB teve em seu ex-presidente Roberto Jefferson um aliado incondicional de Bolsonaro. Posando com armas e fazendo ameaças a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) nas redes sociais, tornou-se ídolo do bolsonarismo radical nas redes sociais até ir parar na cadeia exatamente por isso. Hoje, está em prisão domiciliar e perdeu o controle do partido.

Nacionalmente, o partido está à deriva. Filiou, por exemplo, o deputado Daniel Silveira (RJ), que usa tornozeleira eletrônica por motivos parecidos aos de Jefferson. Ele foi para o PTB provavelmente porque nenhum dos partidos do Centrão se animou a dar guarida a um parlamentar que vive se envolvendo em confusão e criando crises institucionais seguidas — o Centrão gosta de trabalhar em silêncio.

O PTB também filiou o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, que tenta voltar à política por São Paulo. Mesmo estado onde a legenda recebeu a médica Nise Yamaguchi, defensora da cloroquina e do tratamento precoce contra a Covid-19 e que, com essa pregação, também virou um ícone dos bolsonaristas. No estado, aliás, a sigla é comandada pelo empresário Otávio Fakhoury, que de tanto defender Bolsonaro virou alvo de inquéritos no STF por suspeita de organizar atos antidemocráticos.

O PTB — talvez até mais bolsonarista que o PL, o PP e o Republicanos — não teve a mesma sorte dos outros apoiadores do presidente.

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