Criticada por Ciro, 3a via pode se aproximar dele
Foto: Luiz Cervi / Divulgação
Após uma nova reunião entre dirigentes do MDB, União Brasil, PSDB e Cidadania terminar sem acordo, nesta terça-feira, alguns integrantes do grupo já admitem buscar alternativas para a candidatura própria à Presidência da República. O presidente do Cidadania, Roberto Freire, falou abertamente em atrair ao bloco o presidenciável Ciro Gomes (PDT), embora não haja consenso sobre isso.
— Não podemos vetar ninguém. Em todos os momentos que nos reunimos acenamos para todo e qualquer partido que desejasse. Não há veto a nenhum dos candidatos e a nenhum partido político — disse o presidente do Cidadania à imprensa, depois do encontro.
— Quem sabe, a partir dessa entrevista, ele (Ciro) possa se animar. Não tenha dúvida de que nós aqui não estaremos desanimados — acrescentou Freire.
De acordo com integrantes do grupo, o presidente do União Brasil, Luciano Bivar, é um dos mais simpáticos ao nome de Ciro. Ele chegou a participar de um encontro com o pedetista em março deste ano, que também contou com a presença do ex-prefeito ACM Neto (União) e do presidente do PDT, Carlos Lupi.
Pessoas próximas ao presidente do União Brasil não descartam que ele busque uma aliança com Ciro caso a candidatura única da terceira via não prospere.
O nome do pedetista enfrenta maiores resistências no MDB e PSDB, que apresentaram os nomes da senadora Simone Tebet e do ex-governador João Doria como pré-candidatos, respectivamente.
Até o momento, os integrantes do MDB, União e PSDB ainda buscam um acordo pelos critérios que serão adotados para a escolha do candidato que poderia representar as siglas na corrida presidencial. O encontro de hoje serviria para isso, mas não avançou.
— Hoje, depois de uma longa discussão, reafirmamos a vontade e definimos que a data do dia 18 de maio está mantida para que a gente possa fazer todos os exercícios de diálogos e consultas às nossas bases partidárias. Ficamos de fazer uma nova rodada de conversas na semana que vem já com o quadro mais claro do que cada partido pensa e o que cada partido apresentará como critérios — declarou o presidente do MDB, Baleia Rossi.
Segundo Bruno Araújo, que preside o PSDB, ainda não há consenso sobre os critérios a serem adotados para a escolha:
— Não há consenso sobre isso, ficamos de voltar aos nossos partidos para amadurecermos esses critérios, e esperamos que na semana que vem tenhamos avançado sobre essa decisão. Independentemente dessas reuniões, estamos em um canal aberto de conversação, de diálogo e de construção.
Na semana passada, Ciro Gomes disse que está conversando com o partido União Brasil e aceita um diálogo com nomes da chamada “terceira via”. Ciro, porém, não cravou que aceita abrir mão de ser cabeça de chapa.
Segundo ele, o diálogo com o União Brasil está sendo possível porque o partido não vai patrocinar a candidatura ao Planalto de Sergio Moro, que foi juiz da Lava-Jato e ministro no governo Bolsonaro. Ciro se referiu a ele como “inimigo da República”.
— Eu considero que dialogar neste instante é fundamental. É absolutamente fundamental — afirmou Ciro, na ocasião.