Eduardo Leite corta imagem de Aécio em foto com Paulinho
Foto: Reprodução
O agora ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB) não fez questão de divulgar seu encontro, nesta segunda-feira, com o correligionário Aécio Neves (PSDB-MG), deputado federal e cacique tucano. A dupla se reuniu com o presidente do Solidariedade, o deputado Paulinho da Força, mas só o sindicalista apareceu na foto publicada por Leite.
Na imagem divulgada no perfil de Paulinho, ele aparece ao centro, com Leite à sua esquerda e Aécio Neves à direita. O parlamentar planejava apoiar a chapa Lula-Alckmin à Presidência, mas passou a repensar o movimento depois de ser vaiado pela militância petista, na semana passada, em ato com sindicalistas. Ao compartilhar o encontro com os tucanos, disse que ter conversado sobre o trabalho de Leite “para ser candidato a presidente da República pela terceira via”.
Estive hoje com o meu amigo e deputado Aécio Neves e com o ex-governador Eduardo Leite (RS). Leite me explicou sobre o seu trabalho para ser candidato a presidente da República pela terceira via. pic.twitter.com/K0oe34By8K
— Paulinho da Força (@dep_paulinho) April 18, 2022
Mais cedo, no entanto, o ex-governador gaúcho já havia publicado foto com Paulinho da Força, mas sem mencionar Aécio Neves, que foi cortado do registro. No post, Leite disse ter encontrado o presidente do Solidariedade “para uma boa conversa sobre o Brasil e a necessária construção de convergências na agenda política do país”.
Encontrei há pouco o @dep_paulinho, presidente do Solidariedade para uma boa conversa sobre o Brasil e a necessária construção de convergências na agenda política do país. pic.twitter.com/gZUXOcYm51
— Eduardo Leite (@EduardoLeite_) April 18, 2022
Nos comentários da publicação, porém, a ausência de Aécio não foi perdoada pelos internautas. Um deles ironizou Eduardo Leite ao colocar os dois registros lado a lado e escrever: “Foto do evento que eu posto no Insta [sem Aécio Neves] / Como foi o evento de verdade [com o deputado do PSDB]. Outro usuário resolveu lembrar ao ex-governador gaúcho que ele havia esquecido de avisar da presença de “seu coordenador de campanha”, uma ironia ao esforço do parlamentar para melar a candidatura do ex-governador de São Paulo João Doria, escolhido nas prévias do partido.
Um dos apoiadores do impeachment de Dilma Rousseff, em 2016, Paulinho da Força não foi bem recebido na última quinta-feira pela militância petista. Até então, ele ensaiava apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e chegou, inclusive, a convidar o ex-tucano Geraldo Alckmin para se filiar ao Solidariedade, quando ele deixou o PSDB. E mesmo depois da escolha de Alckmin pelo PSB, a intenção era de seguir apoiando a chapa da dupla.
Após as vaias, porém, Paulinho cancelou o evento previsto para 3 de maio em que o Solidariedade iria declarar apoio à chapa Lula-Alckmin para as eleições presidenciais. Na sua avaliação, como informou o colunista do GLOBO Lauro Jardim, o melhor era não fazer a aliança, se era “para ser tratado dessa forma”. Em contato com a presidente do PT, a deputada Gleisi Hoffmann (PR), ele se queixou do tratamento recebido, o que esfriou a consolidação da aliança.
Um dia depois, no sábado, Paulinho recebeu áudio do ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, que o convidou para mudar de lado, ou seja, integrar o grupo de apoio à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL). No áudio revelado pelo site O Antagonista, Ciro diz para Paulinho que é melhor tratar com ele do que com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann.