Emedebistas dizem a Lula que o MDB o apoia em 17 Estados

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Foto: Pedro Ladeira-9.dez.21/Folhapress

Um grupo de caciques do MDB aproveitou o jantar com o ex-presidente Lula (PT), nesta segunda-feira (11), para fritar a candidatura da senadora Simone Tebet (MDB-MS) à Presidência da República.

Integrantes do partido fizeram uma comparação entre a parlamentar e o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles em 2018, que representou o partido na disputa presidencial e acabou o pleito com 1,2%.

Colega de partido de Tebet, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) afirmou que não há espaço para sua correligionária crescer nas pesquisas de intenção de votos devido aos altos índices de Lula e do presidente Jair Bolsonaro (PR).

Segundo ele, nem a união do MDB, União Brasil e PSDB, que anunciaram que divulgarão o nome de uma candidatura única em maio, terá potencial para alterar o cenário.

“Se você somar quem tem 1% com quem tem 2%, não vai alterar a fotografia das pesquisas. É somar nada com pouca coisa”, disse.

Calheiros afirmou que considera Tebet uma “grande parlamentar” e disse que acredita que existe a possibilidade de ela recuar da candidatura à Presidência.

“Nós temos o maior respeito por ela, mas se não houver mudança na fotografia das pesquisas acho que ela própria vai tomar a iniciativa de levar ao partido para não ter candidato”, disse.

O parlamentar afirmou que o partido não pode “brincar” de participar do pleito presidencial. “Quando brincaram com candidatura a presidente, como na eleição passada com Meireles, o MDB pagou um preço terrível”, disse.

Segundo ele, o MDB tem três alternativas neste pleito: ter um nome próprio no páreo com viabilidade, não ter candidato ou apoiar alguém de outra sigla.

Além de integrantes do MDB, o jantar também contou com a presença de senadores do PSD, como Omar Aziz (PSD-AM), do PSB, como Dário Berger (PSB-SC), e do próprio PT. O encontro foi realizado na casa do ex-presidente do Senado Eunício Oliveira (MDB-CE).

Os senadores Marcelo Castro (MDB-PI) e Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) também estiveram presentes, além dos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Acir Gurgacz (PDT-TO).

Outros nomes de peso do MDB, como Garibaldi Alves Filhos e Renan Filho, ex-governador de Alagoas, também participaram do encontro.

Lula chegou ao local no mesmo carro do ex-governador do Piauí Wellington Dias. A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) e o ex-ministro Aloizio Mercadante acompanharam Lula na reunião.

No jantar, o petista disse aos convidados que é necessário formar uma aliança forte para derrotar o presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele fez críticas ao atual governo e citou a necessidade de eleger uma bancada forte de deputados e senadores para conseguir governar caso seja eleito. Lula disse que é necessário mudar, por exemplo, o funcionamento das chamadas emendas de relator do Congresso.

Anfitrião do encontro, Oliveira também elogiou Simone Tebet, mas disse que não acredita na possibilidade de algum candidato ultrapassar Lula ou Bolsonaro para chegar em um eventual segundo turno. Ele também afirmou que tem simpatia pelo petista.

“Querendo ou não, já está polarizada”, disse. E completou: “Todos nós que acompanhamos o dia a dia da política, sabemos que ela está polarizada entre Lula e Bolsonaro, quem acompanha sabe que isso é verdade”.

Ele disse que o objetivo do encontro, em que serão servidos frutos do mar e carne de carneiro, será discutir a situação do país. Segundo ele, não será selada nenhuma coligação no jantar.

“O intuito de hoje é se fazer um debate sobre as questões do país, sobre democracia que a gente vê todo dia em risco, custo de vida, inflação que está galopante, taxas de juros que está insuportável”.

Segundo o ex-senador, em ao menos 17 estados o MDB tem grande simpatia pela candidatura de Lula.

Nesta segunda, Lula teve um encontro em separado com o ex-presidente José Sarney, que também mantém grande influência dentro do MDB.

Folha