Lula e Ciro terão palanques diferentes no Dia do Trabalhador
Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula/Arquivo
Enquanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva planeja participar do ato de comemoração do 1º de Maio em São Paulo, seu adversário Ciro Gomes (PDT) desistiu de comparecer à festa já tradicional organizada pelas centrais sindicais e preferiu uma versão mais doméstica. O pedetista participará, em Brasília, de um ato em homenagem a Leonel Brizola, líder máximo do PDT, que morreu em 2004. Esse encontro ocorrerá na sede da legenda na capital federal.
O ato em São Paulo se pretende grandioso. É organizado pelo conjunto de centrais sindicais, entre elas CUT, Força Sindical, CTB e UGT, que já decidiram apoiar o petista.
Em Brasília, Ciro contará com a presença de Antônio Fernandes Neto, presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), única das grandes entidades de trabalhadores a não apoiar Lula e orientar o voto no cearense.
“Nós vamos fazer um ato em homenagem ao Brizola. Não fizemos no dia 22 de janeiro, marcando o aniversário dele, e vamos fazer no dia 1º de maio. Teremos um encontro nacional do PDT em Brasília com a presença do Ciro”, informou Carlos Lupi.
Apesar da expectativa que se havia criado sobre a presença de Ciro em São Paulo, Lupi disse que essa homenagem não tem nada a ver com presença de Lula no palco. Segundo ele, o encontro já estava marcado há algum tempo. “Nós adiamos aquela homenagem que a gente ia fazer em janeiro, por ocasião do aniversário de Brizola”.
“Vai ter reunião do diretório, inauguração de estátua de tamanho natural de Brizola, lançamento de livro e exposição sobre a vida dele. Será um evento para o dia todo”, disse Lupi. O presidente do PDT adiantou que não haverá participação de artistas. “Será mais um ato político”.
Já em São Paulo, o que se espera ver na Praça Charles Millet, em frente ao estádio do Pacaembu, é o grande show que sempre ocorre nessa data, com a participação de políticos e de artistas.
Está previsto um discurso do petista e apresentações de Daniela Mercury, Leci Brandão, Dexter, DJ KL Jay e Francisco El Hombre.
Na quinta-feira (14/4), Lula participou de um encontro com os sindicalistas representantes das centrais. Uma pauta unificada dos trabalhadores foi apresentada em documento debatido na Conferência da Classe Trabalhadora (Conclat 2022), realizada há uma semana.
No início de abril, em encontro com a CUT, Lula apontou para a necessidade de um documento único de reinvindicões para que fosse possível traçar uma estratégia de mobilização em torno da pauta.
Participaram da conferência CUT, Força Sindical, UGT, CSB, CTB, Nova Central, Conlutas, Intersindical e Pública. Trata-se de um documento com medidas emergenciais e estruturais para garantir empregos, recuperar direitos trabalhistas e previdenciários, fortalecer a representação sindical, além de promover a democracia e a vida.
A ideia é que o documento seja entregue a todos os candidatos à Presidência da República.
Entre os pontos priorizados estão a volta de uma política de valorização do salário mínimo considerando o índice de inflação, a realização de políticas de distribuição de renda e de geração de emprego e a ampliação de direitos sociais, inclusive para trabalhadores autônomos, entre eles os de aplicativos.