PT pode pôr fim a quase 30 anos de hegemonia tucana em SP

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Foto: Fabio Vieira/Metrópoles

Em entrevista ao Metrópoles, o ex-prefeito de São Paulo e pré-candidato ao governo do estado, Fernando Haddad (PT), negou se sentir constrangido por enfrentar a campanha eleitoral ao lado de Geraldo Alckmin (PSB). Adversário histórico do PT, o ex-tucano governou São Paulo por quatro mandatos e agora ocupa o posto de vice na pré-candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República. “Nunca fiz críticas pessoais”, disse Haddad.

“Eu acho que o PSDB deveria ter ouvido mais o PT, como eu ouvi o PSDB quando era ministro da Educação. O PT tem uma outra maneira de abordar. Se tivesse uma mesa onde o PT tivesse voz, muitos dos projetos daqui de São Paulo teriam sido aperfeiçoados. Muitos. E eu tenho uma relação pessoal com o Alckmin, todo mundo sabe disso, mas eu não tenho nenhum problema em dizer o que eu vou fazer diferente”, afirmou o pré-candidato (confira a partir de 6’55”).

Uma eventual vitória petista encerraria um ciclo de quase 30 anos do PSDB no comando do estado. Haddad lidera as últimas pesquisas de intenção de voto.

Apesar de evitar críticas diretas a Alckmin, Haddad não poupou o ex-governador tucano de São Paulo João Doria. O petista também atribuiu ao PSDB o que chamou de “caos político” atual. “O país paga até hoje pela irresponsabilidade do Aécio [Neves]“, afirmou (9’34”).

Para Haddad, os questionamentos do então presidenciável ao resultado das eleições de 2014, quando Dilma Rousseff (PT) foi reeleita, culminaram na atual situação do país.

Ainda sobre as eleições, o petista disse que já conta com o ex-governador Márcio França (PSB) como um adversário na corrida ao Palácio dos Bandeirantes e que não considera um “pacto de não agressão”. “Somos pessoas civilizadas”, destacou.

Haddad tem dividido a rotina de professor universitário com viagens ao interior paulista com o objetivo de reverter a resistência de prefeitos ao seu nome. Ele, no entanto, minimiza a desvantagem no interior apontando a origem de sua família e alguns primos que ainda moram fora da capital. “Meus primos ainda moram lá”, disse. “O interior de São Paulo quer segurança”, completou.

O pré-candidato ao governo paulista também apresentou propostas para a Segurança Pública do estado. Conforme disse, caso eleito, haverá um programa de metas integrado com as polícias Civil e Militar de São Paulo, com incentivo ao aumento das soluções dos crimes. Neste sentido, ainda conforme o petista, seria possível reduzir, inclusive, a letalidade policial na região.

“Nós vamos ver quantos crimes desses são cometidos por ano e vamos colocar na lista. Quantos são solucionados? Muito baixa a solução em São Paulo. E o mais engraçado é que as cadeias estão cheias. Então tem algo errado. O que eu quero fazer? Um plano de metas em que se fixe objetivos de redução da criminalidade, simultaneamente ao aumento da punição. Vinculado a um programa de valorização da carreira do policial civil e do policial militar”, declarou (26’34”).

Metrópoles