Lula é favorito, diz consultoria internacional

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Foto: Brenno Carvalho/Agência O Globo

A despeito da melhora do desempenho do presidente Jair Bolsonaro em pesquisas de avaliação de governo, a consultoria Eurasia Group mantém o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como candidato com mais chances de vencer as eleições deste ano. Em análise, a consultoria afirma que no atual momento aumentaram de 20% para 25% as chances de reeleição de Bolsonaro, mas sem mexer nas projeções de 70% de vitória para o candidato petista.

Na análise da Eurasia as chances de um candidato da chamada terceira via ser eleito caíram de 10% para 5%. Nas últimas semanas, o ex-juiz Sergio Moro foi preterido pela direção do União Brasil. Os pré-candidatos do PSDB, João Doria, e do MDB, Simone Tebet, não avançaram nas pesquisas. O ex-governador Ciro Gomes (PDT) continua em terceiro lugar, mas distante dos resultados alcançados por Lula e Bolsonaro.

A análise da consultoria leva em consideração os resultados de pesquisas de 12 institutos sobre a avaliação de governo, divulgadas entre maio de 2020 e abril deste ano. Na avaliação da Eurasia, neste momento, é mais relevante observar índices de aprovação e com quais questões os eleitores estão mais preocupados do que taxas de intenção de voto. “Os eleitores não estão pensando na eleição”, diz o relatório assinado pelo diretor-executivo do grupo para as Américas, Christopher Garman, e outros oito colaboradores.

Com base em modelo desenvolvido pela Ipsos Public Affairs, que agrega resultados das últimas eleições e de taxas de aprovação de governo, a Eurasia afirma que Bolsonaro ainda aparece como um “azarão”. Para os responsáveis pela análise, seguem como principais variáveis para os rumos eleitorais, primeiro, se os índices de aprovação de Bolsonaro vão continuar aumentando e, segundo, a rejeição a Lula (com a exploração da temática da corrupção durante a campanha).

Sobre a primeira variável, o relatório pontua que a repercussão econômica da guerra na Ucrânia pode dificultar o caminho para Bolsonaro, diante da previsão de alta global nos preços de alimentos e combustíveis. Por outro lado, os autores ponderam que, se houver mais criação de emprego e a inflação recuar ao menos um pouco, é possível que a aprovação de Bolsonaro supere 40% – nesse cenário, as chances de Bolsonaro ser reeleito alcançam 50%, de acordo com o modelo adotado pela consultoria.

Sobre a segunda variável, os dados com que a Eurasia trabalha trazem horizonte favorável a Lula. Nos últimos meses, para a maioria dos eleitores, o tema da corrupção não ficou entre os problemas que mais preocupam os brasileiros.

Valor Econômico