Ministro do STF controlado por Bolsonaro não salvará Silveira
Depois de muito barulho e energia gasta com o bolsonarista Daniel Silveira — aquele deputado que foi preso por ameaçar ministros do STF e defender um novo golpe militar –, o Supremo vai julgar nesta semana se condena ou não o parlamentar.
Silveira virou réu no Supremo no ano passado, por decisão unânime dos ministros. De lá para cá, a composição da Corte mudou. Último indicado por Jair Bolsonaro ao tribunal, o ministro André Mendonça passou a ser visto como um potencial “salvador” de Silveira na Corte.
Na narrativa compartilhada até por bolsonaristas, ele pediria vista para paralisar o julgamento e permitir que o deputado disputasse as eleições sem responder por seus atos contra o próprio STF e a democracia.
No STF, porém, a leitura é de que Mendonça jamais colocaria sua biografia em jogo para beneficiar um réu que atacou o STF.
Os ministros do Supremo são conhecidos por seus desentendimentos, mas sempre deixam esses assuntos de lado quando é a instituição que está em jogo. No caso em questão, dificilmente um ministro ficará contra todos os demais colegas que votarão para condenar o deputado que ameaçou o Supremo.
Na Corte, a expectativa é de que Alexandre de Moraes, o ministro que prendeu Silveira, apresente um duro voto pela condenação do deputado. Revisor do tema, o ministro Nunes Marques poderá apresentar voto com uma solução menos contundente. Aí o jogo ficará por conta dos demais magistrados. Silveira dificilmente terá o que comemorar nesta semana.
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