Representação do FNDE depõe hoje no Senado
Foto: Ed Alves/CB/D.A Press
A Comissão de Educação do Senado Federal aprovou nesta quarta-feira (27) um requerimento de convite para que o ex-ministro do MEC Abraham Weintraub compareça ao colegiado para explicar sobre um suposto pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL) para que o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) fosse entregue aos partidos do Centrão.
O requerimento de convite foi apresentado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e aprovado nesta quarta-feira (27) pelo colegiado. Por se tratar de convite, o ex-ministro não é obrigado a comparecer. A oitiva ainda não foi marcada.
Em entrevista à CNN Brasil, Weintraub afirmou ter recebido uma ordem do chefe do Executivo, quando ainda era ministro, em maio de 2020. “Quem vai me dar uma ordem dessas? O meu chefe. Ele falou: ‘Você vai ter que entregar o FNDE para o Centrão’. E eu falei: ‘Presidente, não faça isso’. Adiei o máximo”, afirmou.
A ordem foi concretizada em junho, quando Marcelo Lopes da Ponte foi nomeado como presidente do FNDE. Antes, ele havia sido chefe de gabinete de Ciro Nogueira, líder do PP.
Lopes também responde sobre suspeitas de sobrepreço e irregularidades em repasses do fundo para prefeituras.
A Comissão está focada em investigar as suspeitas de favorecimento no repasse de verbas do Ministério da Educação e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE ) e um suposto gabinete paralelo na pasta, durante a gestão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro.
Nesta quinta, foram convidados para a reunião o consultor do FNDE Darwin Einstein Arruda Nogueira Lima e a pastora Nely Carneiro da Veiga Jardim. Em fotos postadas nas redes sociais, Darwin Lima aparece acompanhando gestores do FNDE e do Ministério da Educação em eventos promovidos nos municípios. No entanto, os convidados não compareceram.
Os senadores querem informações sobre as suspeitas de superfaturamento na finalização de uma licitação feita pelo FNDE para a compra de ônibus escolares. Documentos do órgão mostram que o governo aceitou pagar até R$ 567,6 mil por um ônibus de 59 lugares que, segundo a área técnica, deveria custar, no máximo, R$ 361,8 mil.