Tucana diz que extrema-direita e “extrema-esquerda” se uniram contra Mamãe Falei
Foto: Reprodução/Youtube Rafi Bastos
O plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo deve votar em maio o parecer pela cassação do deputado Arthur do Val (União Brasil). Para a deputada Maria Lúcia Amary (PSDB), presidente do Conselho de Ética da Casa, que acatou por unanimidade a perda de mandato nesta terça-feira, 12, é “pouco provável” que o resultado mude. “Pela primeira vez, vi a extrema direita e a extrema esquerda juntas num tema”, disse nesta quarta em entrevista à Rádio Eldorado.
O deputado foi punido pelo conselho pelos áudios machistas em que depreciava a condição de refugiadas ucranianas. Desde 1999, a Alesp não registrava a aprovação de um pedido de cassação de mandato. Maria Lúcia Amary classificou a decisão de “histórica”. “Serve de exemplo e de régua para apontar até onde vai decoro parlamentar”, disse.
Para ser aprovado no plenário, 48 dos 94 parlamentares devem votar a favor da perda de mandato. Caso o resultado seja confirmado, além da cassação, Arthur também fica impedido de se candidatar a cargo público nos próximos oito anos.
Nesta terça-feira, a votação se deu em meio a tumultos entre os membros do conselho, outros parlamentares, a defesa de Arthur do Val e integrantes da plateia. Do lado de fora da Assembleia, o MBL organizou uma manifestação com dezenas de pessoas com direito a carro de som após a convocação feita pelo próprio deputado estadual.
A sessão contou ainda com depoimentos de mulheres ucranianas presentes e de forma virtual.
Foram favoráveis os deputados Enio Tatto (PT), Barros Munhoz (PSDB), Wellington Moura (Republicanos), Delegado Olim (PP), Erica Malunguinho (PSOL), Campos Machado (Avante), Marina Helou (Rede), Adalberto Freitas (PSDB), o corregedor Estevam Galvão (União) e a presidente Maria Lúcia Amary (PSDB).
Levantamento do Estadão mostrou que o Conselho de Ética da Alesp recebeu 73 denúncias por quebra de decoro parlamentar na atual legislatura. Antes de 2019 havia apenas duas.