União Brasil prometeu a Moro dinheiro para ser deputado

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Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado/Arquivo

O “pacote” oferecido pelo União Brasil para o ex-juiz Sergio Moro entrar na sigla envolveu pagar toda a campanha eleitoral dele com o fundo público e dar espaço na Câmara dos Deputados para ele atuar. Nesta quinta-feira, Moro desistiu de ser candidato à Presidência pelo Podemos e se filiou à nova sigla para concorrer a deputado federal por São Paulo.

Com a filiação, o União estima que Moro terá mais de um milhão de votos e ajudará a eleger uma robusta bancada em São Paulo. A sigla hoje tem oito deputados federais por São Paulo e tinha a expectativa de eleger de oito a dez em outubro. Agora, o cálculo é de que será possível alcançar uma bancada entre 14 e 15 deputados federais no Estado.

Segundo um importante líder, Moro recebeu a promessa de que terá espaço para atuar na Câmara e uma posição de destaque dentro da sigla, que pretende continuar como uma das maiores da Câmara. Poderá atuar nas comissões de segurança pública e na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante. “Ele será bem-tratado”, antecipa.

A oferta ainda envolveu pagar toda a campanha de Moro com o fundo eleitoral, composto por dinheiro público, recebendo o mesmo valor que os deputados federais com mandato terão. O valor não está definido porque depende de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) atualizar o teto de gastos para 2022 pela inflação, mas há quatro anos foi de R$ 2,5 milhões.

Para um dirigente do União, o que pesou para Moro trocar o Podemos pelo União foi que o partido foi claro e desde o começo avisou que não haveria espaço para ele concorrer à Presidência, mas deixou a porta aberta para outros cargos. O Podemos lançou a candidatura presidencial, mas ela virou um problema e foi atacada por parlamentares do próprio partido.

Apesar do espaço prometido, dirigentes alertam que o União é um partido grande e com diversos líderes e que Moro será mais um deputado em meio a tantos outros. Assim como os outros, ele terá que construir internamente apoio para cargos mais altos, como assumir a liderança do partido na Câmara, cargo extremamente disputado e de destaque.

Valor Econômico