União Brasil vai pular fora da 3a via

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Foto: Jorge William/Agência O Globo

Dividido internamente, o União Brasil na terça-feira voltou a expor num desejo de que a legenda se desassocie dos partidos da terceira via e faço um “voo solo” nas eleições presidenciais. A intenção foi colocada na mesa de negociações durante reunião entre os dirigentes de MDB, PSDB, União Brasil e Cidadania, que buscam um acordo para lançar um candidato único. Para uma ala do União Brasil, no entanto, o melhor caminho para o partido seria se apresentar à população por meio de um candidato próprio, no caso o deputado Luciano Bivar (União Brasil-PE). Isso porque as eleições de 2022 serão as primeiras da história do partido.

O argumento de uma parcela da legenda é que o União Brasil precisa aproveitar essa oportunidade com uma candidatura presidencial própria e não pode ficar como coadjuvante no pleito. O movimento individual, porém, pode enfraquecer ainda mais a intenção das siglas de centro de se unificarem em torno de um único nome. Um novo encontro deve ocorrer na próxima semana para tentar avançar no acordo, mas, nos bastidores, já há especulações de que a união entre as legendas pode não durar até o final da campanha.

Além de Luciano Bivar, estão no páreo como possíveis candidatos da terceira via a senadora Simone Tebet (MDB-MS) e o ex-governador João Doria (PSDB-SP). No encontro de ontem, o União Brasil foi representado pelo vice-presidente do União, Antônio Rueda, e pelo líder do União na Câmara, Elmar Nascimento (BA). Segundo fontes, os dois teriam visões divergente sobre os rumos da legenda, o que estaria atrapalhando um consenso. Rueda é um dos nomes que defende uma coligação com as outras siglas, ainda que Bivar não seja o nome escolhido.

Para completar, durante a coletiva de imprensa, o presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, fez um forte aceno a Ciro Gomes, pré-candidato do PDT à Presidência da República, que não faz parte da aliança, mas tem demonstrado abertura ao diálogo. Apesar disso, o anfitrião do encontro, deputado Baleia Rossi (MDB-SP), disse ter convicção de que os partidos apresentarão projeto “equilibrado, maduro e robusto”. Além disso, ele ironizou ao ser indagado sobre possibilidade de os partidos não chegarem a um acordo de critérios para a definição da candidatura única e decidirem caminhar separados na corrida eleitoral. “Vamos ser otimistas”.

Reservadamente, o nome de Doria é considerado “carta fora do baralho” pela maioria dos que estão à frente das negociações e a única possível aliança entre nomes que já integram o grupo seria a união entre Simone e Bivar. A rejeição do paulista é considerada “praticamente irreversível” e com potencial de enfraquecer a candidatura única do grupo.

Valor Econômico