Veja transporta a lorota dos “extremos políticos” para a França

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Foto: Aurelien Meunier/Getty Images/Reprodução

A revista Veja transportou para a eleição presidencial francesa a lorota sobre “extremos do espectro político” que adota aqui no Brasil para se referir a Lula e Bolsonaro. Agora, os “extremos” são Marine Le Pen, filha do famigerado extremista de direita Jean-Marie Le Pen, do partido extremista “Frente Nacional”, e Jean Luc Mélenchon, candidato do partido de esquerda França Insubmissa, que ficou em 3º lugar no primeiro turno francês obtendo a considerável votação de 22%.

Marine disputa a presidência da França, em segundo turno, contra Emmanuel Macron, 44 anos, do partido de centro-direita Em Marcha. Macron é uma espécie de João Doria e o seu partido uma analogia ao PSDB. Portanto, o queridinho da mídia tupiniquim. O mais curioso é que Macron se aproximou fortemente de Lula no fim do ano passado, quando o ex-presidente deu um giro pela Europa para demonstrar o forte apoio internacional de que desfruta devido ao reconhecimento do mundo à sua obra no Brasil, tão contestada por aqui.

Confira, abaixo, o lero-lero da publicação de uma revista que deu uma das maiores contribuições para o Brasil chegar ao fundo do poço em que chafurda sob a batuta de Jair Bolsonaro, produto do extremismo de direita de uma mídia doidivanas que nos conduziu a essa situação por sua fobia ridícula contra ideologias progressistas.

Por Eduardo Guimarães

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À primeira vista, o segundo turno da eleição na França, em 24 de abril, será uma repetição de 2017: o presidente centrista Emmanuel Macron enfrentará a ultradireitista Marine Le Pen. Ele saiu do primeiro turno com 27,8% dos votos e ela, com 23,1%. O novo duelo parece ter decretado a morte dos partidos Republicano e Socialista, as duas forças que moveram o país durante décadas e minguaram. É provável que Macron vença, mas há uma sombra incômoda: o avanço dos extremos políticos abaixo de sua candidatura, segundo e terceiros colocados. O Reagrupamento Nacional, a antiga Frente Nacional, de Le Pen, e o partido esquerdista de Jean-Luc Mélenchon obtiveram, na soma, 45,1% dos votos. Os opostos se unem na implicância com a Otan e a União Europeia e no apoio (agora envergonhado) a Putin. Houve ainda abstenção de 26%, a maior em vinte anos. Macron, o novato que há cinco anos aglutinou a maioria do país contra o discurso nacionalista de Le Pen e a submeteu a uma derrota acachapante, agora sofre para se manter no topo. Há rejeição dos eleitores, em parte por ter dedicado tempo em demasia a tratar da invasão da Ucrânia pela Rússia, postura que julgava poder ajudá-lo a se reeleger. Agradecendo os votos no primeiro turno, ele voltou à tecla de que é a opção de “uma França integrada a uma Europa forte”, em contraposição a “uma França fora da Europa, que tenha como única aliada a Internacional populista e xenofóbica”. Insista-se: Macron caminha para o segundo mandato. Mas que a França está ganhando uma nova cara, está. Convém ficar atento.

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