À diferença de 2018, olavismo chega à eleição morto

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Foto: Carla Sena/Metrópoles

A gestão de Jair Bolsonaro (PL) como presidente do Brasil começou sob forte influência do escritor e guru Olavo de Carvalho (1947-2022), que indicou ministros de algumas das principais pastas (como Educação e Relações Exteriores) e emplacou dezenas de alunos de seu curso on-line de filosofia em outros cargos da administração pública federal.

Ao longo dos últimos três anos, porém, o radicalismo dos discípulos do guru fez com que a influência deles se tornasse instável e, há poucos meses de uma nova eleição, os “olavetes” se encontram num ponto mais baixo do giro da roda gigante política, longe da relevância eleitoral que já imaginaram para si mesmos.

Quando ocuparam cargos importantes e contavam com a simpatia pública do presidente da República, olavistas como Abraham Weintraub e Ernesto Araújo vislumbraram a chance de serem candidatos competitivos a cargos de governador e senador ou até de vice na chapa presidencial de Bolsonaro para concorrer à reeleição.

O banho de água fria veio com uma guinada nas necessidades políticas de Bolsonaro, que se afastou de aliados da ala ideológica e passou a priorizar políticos mais profissionais, dos partidos do Centrão, como seu próprio PL, além do PP e do Republicanos.

Sem espaço para sonhos maiores, nomes que não caíram em desgraça com Bolsonaro nem se enrolaram com a Justiça deverão se contentar no máximo com apoio do presidente em candidaturas para a Câmara dos Deputados.

É o caso de deputados seguidores de Olavo de Carvalho que estão terminando o primeiro mandato e vão tentar a reeleição, como Carla Zambelli (PL-SP) e Carlos Jordy (PL-RJ). A brasiliense Bia Kicis (PL) é outro exemplo. Apesar de ter capital político considerável, o plano da bolsonarista de se candidatar ao Senado pelo DF deverá ser frustrado pela força da aliança do presidente com políticos do Centrão.

Outro olavista que sonhou com uma candidatura ao Senado, mas deverá ficar como opção para a Câmara, é o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles (PL-SP).

Metrópoles