Alckmin está cada vez mais esquerdista e perde poder sobre conservadores
Foto: Andressa Anholete/Reuters
Cresce dentro do PT e também no PSB a expectativa de que Geraldo Alckmin “retorne ao centro”, em referência aos acenos à esquerda feitos pelo ex-governador paulista e atual vice na chapa de Lula. O mais recente ocorreu na última quinta, quando Alckmin ouviu a Internacional Socialista no congresso do PSB, seu novo partido. A avaliação de aliados é a de que o ex-governador precisa ser o elo de Lula com três relevantes segmentos: agronegócio, evangélicos e mercado financeiro. E que para desempenhar bem esse papel “Alckmin tem que ser Alckmin”. O ajuste de imagem do ex-governador já está em ação e deve ficar evidente no lançamento da pré-candidatura da dupla, em 7 de maio.
A relevância do papel de Alckmin entre eleitores de centro reside na perspectiva, entre lulistas, de que Jair Bolsonaro deve abocanhar entre 5 e 10 pontos da vantagem que Lula tem sobre ele hoje no Nordeste, graças ao Auxílio Brasil. Alckmin teria então que ajudar a ganhar “eleitores no campo bolsonarista” para compensar.
Outros que estão preocupados com o eleitor de centro são os bolsonaristas. O deputado Sanderson (PL-RS), que participou da manifestação pró-governo em Brasília, diz que o presidente foi aconselhado e deseja “virar a página” da crise com o STF para governar.