Apresentadores bolsonaristas estão em decadência

Todos os posts, Últimas notícias

Foto: Reprodução

Embora a presença de bolsonaristas nas redes sociais “pareça” ostensiva, na TV aberta eles parecem bem ausentes. A “bolha bolsonarista” até posta elogios aos apresentadores televisivos que comungam com suas preferências políticas aqui e ali, mas, assistir mesmo, prestigiar os programas, que é o mais importante, não.

A coluna separou quatro dos maiores bolsonaristas da TV brasileira e analisou a performance e o ibope de cada um: Ratinho, do SBT, e o trio Sikêra Jr., Luís Ernesto Lacombe e Marcelo de Carvalho, da RedeTV. Comecemos com o mais relevante e experiente:

Ratinho

Como esta coluna publicou com exclusividade no ano passado, os tempos de glória de Ratinho, quando destroçava a Record na audiência e só perdia para a Globo, se foram. Quando chegou ao SBT, quase 21 anos atrás, ele conseguia dar até 20 pontos de audiência —um fenômeno. Foi caindo, mas a ladeira abaixo começou por volta de 2019; e se agravou na pandemia. Antigamente, o “Programa do Ratinho” era sempre notícia, seus entrevistados davam certa repercussão, ou a atração lançava polêmicas e brincadeiras. Hoje, nem mesmo isso.

Sikêra Jr.

Outro bolsonarista — talvez o mais empedernido na TV aberta — é Sikêra Jr., da RedeTV. Sikêra surgiu no Nordeste e, em São Paulo, virou rapidamente um apresentador que podia de fato ser considerado um fenômeno, como esta coluna chegou a analisar. Para os modestos padrões da emissora, Sikêra elevou o ibope da RedeTV. Com o tempo, porém, ele começou a despejar asneiras no ar, lançar falas homofóbicas; forçou polêmicas, tomou processos e processou também. Boquirroto, murchou no ibope a olhos vistos.

Luis Ernesto Lacombe

Esse bolsonarista “graduado” planejou um programa “conservador”, com pautas e convidados que comungam da ideologia (sic) de Jair Bolsonaro (PL). Achou que ia “abafar”, mas se deu mal. Durante meses o “Opinião no Ar” não saiu do mais miserável e imensurável “traço” de ibope. Chegou mesmo a dar zero. Zerinho. Nenhum equipamento de ibope podia identificar telespectadores assistindo àquilo. Seus (poucos) defensores ainda argumentavam: “Ainnn, mas o programa bombava no YouTube”. Os números desmentem. Nem os bolsonaristas mais arraigados prestigiaram. O programa acabou sendo limado da programação. Pior: muita gente nem notou.

Marcelo de Carvalho

Outro apresentador que, anos atrás, tinha um dos programas mais vistos da RedeTV. Seu “Mega Senha” chegou a dar 3 pontos de média em um horário esquisito (final de noite sábado). Carvalho não só carrega hoje a bandeira (e o megafone) do bolsonarismo, mas também do “antiglobismo”. O executivo e apresentador passa mais tempo nas redes sociais elogiando o governo e atacando a emissora líder, do que parece preocupado com a programação instável de sua TV sem ibope. Os 3 pontos de audiência do passado do “Mega Senha” se foram. Provavelmente, para sempre. Resumindo: a vida dos apresentadores bolsonaristas não está fácil na TV aberta.

Uol