Bolsonaro aparece em protesto contra o STF, mas evita atacar o Tribunal

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Foto: Valor Econômico

O presidente Jair Bolsonaro conseguiu mobilizar apoiadores para atos de comemoração do Dia do Trabalho em algumas cidades do país, sendo os mais relevantes em São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro. Os manifestantes atacaram o Supremo Tribunal Federal (STF) e defenderam a reeleição do presidente, que desta vez não deu declarações polêmicas.

Havia uma expectativa de que Bolsonaro voltasse à carga contra o Supremo, em meio à nova crise institucional deflagrada após ele conceder indulto ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado a 8 anos de prisão por ter feito ameaças a ministros.

O presidente, no entanto, preferiu não escalar ainda mais a crise. Pela manhã, ele caminhou entre os manifestantes em Brasília e ignorou os apelos para que discursasse. Na saída, disse apenas que a manifestação tinha como pauta “a defesa da Constituição, da democracia e da liberdade”.

No ato na capital federal, bolsonaristas exibiram faixas com críticas ao STF, mas evitaram pedir o fechamento do tribunal, como ocorreu em um passado recente. “STF sim, mas esses ministros não”, dizia uma das faixas.

Em São Paulo, a manifestação contou com seis carros de som na Avenida Paulista. Cartazes exibidos no local pediam que Bolsonaro exercesse seus poderes constitucionais e outro dizia que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) “é inimigo do Brasil”.

Havia a expectativa de que o presidente se deslocasse até a capital paulista, o que acabou não acontecendo. Ele gravou uma mensagem no Palácio da Alvorada que foi exibida em um telão.

Bolsonaro agradeceu os apoiadores e disse que lhes deve lealdade, comprometendo-se a segui-los “aonde vocês estiverem”. O presidente voltou ao tema da defesa da liberdade individual e se declarou chefe de um governo “que acredita em Deus” e que trabalha para “a defesa da família”.

Também foi frustrada em São Paulo a expectativa de participação do ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas (Republicanos), pré-candidato bolsonarista ao Palácio dos Bandeirantes.

Em 7 de setembro do ano passado, na mesma Avenida Paulista, Bolsonaro incentivou a desobediência a decisões do Poder Judiciário e ofendeu o ministro Alexandre de Moraes, relator de inquéritos no STF que miram aliados do presidente. No dia seguinte, foi convencido a pedir desculpas e ligou para Moraes.

Os atos de 1º de Maio também tiveram movimentações no Rio de Janeiro. Diante de gritos de “Daniel para Senador” e do hino nacional, Daniel Silveira se reuniu com apoiadores nas praias de Icaraí, em Niterói, e de Copacabana, na capital fluminense.

Assim como fez Bolsonaro, entretanto, Silveira evitou criar mais polêmica. Ele não fez comentários sobre a sua condenação e se limitou a pedir apoio para a reeleição do presidente.

“O presidente disse que a liberdade tem que ser maior que a própria vida. Nós vamos colocar o presidente na liberdade que a gente tanto busca. Limpar o Brasil do socialismo, estamos muito próximos de uma ameaça comunista. Se não fosse o Bolsonaro a cor não seria verde e amarela, mas sim vermelha”, afirmou. Mais tarde, Silveira também apareceu nas manifestações em São Paulo.

Valor Econômico