Bolsonaro ataca TSE para não ser punido por campanha antecipada

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Foto: Isac Nóbrega/PR/Divulgação

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) está tão ocupado se defendendo dos ataques infundados que recebe do bolsonarismo que não tem tempo para fazer uma de suas atividades mais importantes: analisar a propaganda eleitoral antecipada que o presidente Jair Bolsonaro vem fazendo com suas motociatas, aglomerações e até uma (inédita) lanchaciata.

O presidente tem uma estratégia muito bem elaborada, mas maquiavélica, que faz muito mal ao país. Ele ataca o processo eleitoral, motiva seus apoiadores a fazerem o mesmo e tira o foco do TSE e do ministro Edson Fachin em um ano decisivo para o Brasil.

Desde abril, Bolsonaro já esteve em motociatas em São Paulo, Cuiabá, Rio Verde, Ribeirão Preto, Rio Grande do Sul e Maringá. Num intervalo de cinco dias, fez três eventos como esse com apoiadores gritando seu nome numa clara demonstração eleitoral.

No dia 15, participou de uma lanchaciata em Brasília e fez declarações claramente eleitoreiras contradizendo coisas que ele mesmo disse no passado.

Se for analisar a fundo o objetivo desses eventos, o TSE provavelmente chegará à conclusão de que está havendo propaganda antecipada. O PT, inclusive, acionou o tribunal em abril utilizando esse argumento.

Outros candidatos também têm realizado eventos que podem ser encaixados como propaganda antecipada, mas os holofotes são maiores sobre o Presidente da República. Bolsonaro tem a máquina nas mãos, pode fazer barganhas em troca de apoio e ainda aparece nessas manifestações para tentar mostrar alguma força eleitoral.

É uma pena que o TSE esteja tão ocupado tentando reafirmar que o nosso processo eleitoral é extremamente seguro – o que já está mais do que comprovado – que não consegue punir essas atitudes proibidas em lei e que precisam ser controladas antes que ganhem contornos ainda mais graves.

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