Datafolha pode pôr ordem no randevu das pesquisas

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Foto: O Globo

Uma nova pesquisa presidencial do Datafolha será divulgada na quinta-feira.

Será realizada em dois dias, entre a quarta-feira e a própria quinta-feira. O instituto entrevistará 2.556 pessoas acima de 16 anos em todos os estados brasileiros.

Embora haja uma enxurrada de pesquisas divulgadas diariamente, parte delas encomendadas por bancos e outra parte de institutos sem tradição ou absolutamente desconhecidos, o Datafolha tradicionalmente baliza o sentimento do mundo político em relação à fotografia do momento eleitoral — ao lado das pesquisas do Ipec (ex-Ibope).

O último Datafolha é de dois meses atrás. Esta nova pesquisa servirá, antes de mais nada, para averiguar os percentuais dos dois líderes. Em março, Lula aparecia com 43% e Jair Bolsonaro com 26%. Este, claro, será sempre o interesse número 1 de todos.

Mas contará também para os candidatos do segundo e o terceiro escalões tentarem exibir números melhores ao distinto público e aos partidos que os apoiam (ou que ainda mostram-se reticentes em dar os respectivos apoios).

Ciro Gomes em março aparecia com 6%. Se não mexer neste ponteiro será cobrado pelo PDT e mais pressionado ainda pelos petistas que hoje cobram dos seus eleitores o voto útil em Lula.

A outra batalha será a de João Doria, que em março marcava 2%. A pesquisa será divulgada numa semana-chave para ele, num momento em que o ataque que o comando do PSDB faz sobre sua pré-candidatura está recrudescendo. Se, mesmo depois de várias inserções de propaganda partidária em que estrelou nas últimas semanas o rádio e TV, mantiver esse número esquálido, dará mais munição aos seus adversários no PSDB.

Simone Tebet é outra a quem a pesquisa será vital. Continuar com o 1% obtido em março não lhe ajudará em nada a convencer o MDB de sua viabilidade eleitoral. Nada indica que nos últimos 60 dias possa ter dado qualquer salto.

A relação de nomes que a pesquisa mostrará para o entrevistado inclui ainda o ex-ministro Santos Cruz, André Janones, o inescapável José Maria Eymael e outros (muito) menos votados, numa lista tiotal de 14 candidatos.

Aliás, uma eventual candidatura de Santos Cruz (ali qualificado pelo seu posto no Exército, ou seja, “general”) não está sendo considerada nem no Podemos, partido ao qual é filiado. Ele próprio também parece ter desistido de se aventurar nas urnas.

A pesquisa também questionará o eleitor sobre aborto; confiança nas urnas eletrônicas; se é preciso se preocupar com a possibilidade de Bolsonaro tentar invalidar o resultado da eleição — ou seja, de virada de mesa; ataques do presidente ao STF; o grau de conhecimento e de rejeição dos 14 candidatos e ainda a Covid.

O Globo