Depois da Ucrânia, Rússia atacará Eslovaquia
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O primeiro-ministro da Eslováquia, Eduard Heger, emitiu um alerta severo sobre o futuro de seu país caso a Rússia derrote a Ucrânia na guerra. Reunido com outros líderes da União Europeia, o político eslovaco advertiu sobre o risco da nação também sofrer uma invasão de Moscou e cobrou mais sanções da comunidade internacional.
“Se a Ucrânia falhar, a Eslováquia é a próxima”, disse Heger durante um painel no Fórum Econômico Mundial em Davos, Suíça, nesta quarta-feira, 25.
Preocupado com os rumos da invasão russa ao país vizinho, o primeiro-ministro eslovaco disse que o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky precisa vencer a guerra, caso contrário, a Eslováquia, que faz fronteira com a Ucrânia, também será ameaçada.
O líder eslovaco aproveitou o encontro internacional para pressionar a União Europeia a cortar de vez sua dependência em relação à energia russa.
“Basicamente, trocamos nossos valores por gás e petróleo baratos por muito tempo”, disse ele, apontando que a Europa está traindo seus princípios ao manter a parceria comercial com Moscou. “Comprometer-se com [o presidente russo] Vladimir Putin causou uma guerra”, criticou o primeiro-ministro eslovaco.
Sendo bastando contundente, Heger completou que os ucranianos estão “derramando seu próprio sangue por nossos valores”.
Além disso, a autoridade da República Eslovaca pediu que União Europeia facilite a entrada da Ucrânia e dos países da região dos Bálcãs, no sudeste da Europa no bloco econômico. A Ucrânia, nos últimos anos, aprofundou seus laços econômicos e políticos com o bloco, e Kiev chegou a expressar o desejo em se tornar um Estado membro. As nações dos Bálcãs Ocidentais também procuram a adesão há vários anos.
A adesão ao bloco geralmente leva vários anos, já que as nações devem atender a critérios rígidos antes de iniciar as negociações. No entanto, alguns líderes da União Europeia rejeitaram a ideia de que a adesão poderia acontecer mais rápido devido à invasão. “Não existe um processo acelerado de adesão, isso não existe”, disse o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, em março.