Deputado denuncia motociatas de Bolsonaro ao TSE
Foto: Edilson Dantas/Infoglobo
O deputado Elias Vaz (PSB-GO) acionou o presidente Jair Bolsonaro na Justiça por suposto uso do dinheiro público em campanha eleitoral antecipada. Na peça direcionada ao vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, o parlamentar relaciona o aumento de gastos dos cartões corporativos da Presidência à retomada de carreatas por Bolsonaro, ambos ocorridos em abril.
O parlamentar aponta que, só no mês passado, cartões corporativos ligados à Presidência somaram custos de R$ 4,2 milhões. O montante é similar àquele registrado entre janeiro e março de 2022, que foi de R$ 4,6 milhões. ”Bolsonaro gastou em um mês aproximadamente 90% do que havia gastado nos três primeiros meses do ano. Essa desproporcionalidade expressiva é o resultado dos eventos eleitorais realizados em abril. A correlação entre motociatas e o aumento nos gastos é notória”, diz Elias Vaz no documento.
Segundo o deputado, em 15 de abril, o presidente realizou uma motociata em São Paulo, mobilizando o aparato de segurança, além de pagamento de passagens e diárias sem que tivesse agenda oficial na cidade. Dados levantados pelo parlamentar no Portal da Transparência revelam que, só em passagens e diárias, o governo federal gastou mais de R$ 160 mil na participação do presidente no evento.
Elias Vaz aponta também outra motociata feita por Bolsonaro em 20 de abril, no interior de Goiás, além de um desfile do chefe do Executivo na carroceria de uma caminhonete em 30 de abril, em frente a uma motociata em Uberaba, Minas Gerais.
“Por si só, as motociatas já consomem recursos públicos, pois os deslocamentos do presidente da República exigem a mobilização de uma estrutura de segurança robusta. Os Cartões de Pagamento do Governo Federal (CPGF), popularmente conhecidos como cartões corporativos, são usados no pagamento de parte dessas despesas. Além dos cartões, há o pagamento de diárias, passagens e outros custos destinados às equipes de segurança e apoio. Também há a locação de veículos, transporte e outros serviços”, aponta Vaz.
O deputado pede a Moraes que inclua nessa ação os gastos do cartão corporativo, que são sigilosos, referente aos eventos. Solicita ainda que o ministro instaure um processo para apurar o desvio de dinheiro público, por parte do presidente, em atos de campanha antecipada.