Empresários não aplaudiram quando Bolsonaro atacou urnas eletrônicas

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Foto: Antonio Molina/Folhapress

Durante evento com empresários do setor de supermercados em São Paulo, o presidente Jair Bolsonaro foi aplaudido ao falar para a plateia sobre economia, mas não quando levantou suspeição sobre o sistema eleitoral.

Bolsonaro fez um discurso em tom exaltado, recebendo o apoio dos presentes na maior parte das vezes em que falava, mas não quando o tema era o sistema eleitoral brasileiro.

Em pelo menos dois momentos o presidente voltou a sugerir que as urnas eletrônicas são passíveis de fraude e disse que as Forças Armadas apontaram mais de 600 vulnerabilidades nelas, fizeram sugestões de mudanças ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e, segundo ele, nenhuma foi atendida pela corte.

Em resposta aos questionamentos do Ministério da Defesa, citados nesta segunda-feira (16) novamente pelo presidente, o TSE divulgou que algumas das sugestões estavam tecnicamente erradas e outras já estavam sendo implementadas.

Em seguida, o presidente do TSE, Luiz Edson Fachin, fez questão de diz que quem comanda as eleições no país são as “forças desarmadas”.

A observação da falta de aplausos quando Bolsonaro partia para críticas ao sistema eleitoral foi feita por executivos presentes ao evento em São Paulo.

Uma das falas do presidente, muito comentada – e desaprovada -, foi:

“Poderemos ter outra crise. Poderemos ter eleições conturbadas. Imagine acabarmos as eleições e pairar para um lado, ou para o outro, a suspeição de que elas não forma limpas. Não queremos isso”, disse Bolsonaro.

Empresários também destacaram ao blog a fala do presidente sobre as Forças Armadas e as eleições.

Esses empresários avaliam que o presidente mereceu os aplausos quando falou, por exemplo, do apoio financeiro dado pelo governo durante a pandemia, o que garantiu, como destacou Bolsonaro, renda para os brasileiros e não deixou que o setor de supermercados sofresse com a crise. Mas foi desaprovado ao tentar gerar dúvidas sobre as eleições.

“Ele, inclusive, deve ter percebido isso, porque, quando tratou do assunto, não insistiu. Viu que a reação dos presentes não foi boa”, disse ao blog um empresário.

G1