Jornal refere-se ao futuro governo de Lula como se ele estivesse eleito

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Foto: Marlene Bergamo – 7.mai.22/Folhapress

A Folha de SP já usa verbos sobre o provável governo Lula no futuro do presente, como se já estivesse eleito. Confira, abaixo.

Economistas da Faria Lima dizem ver o discurso de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra o teto de gastos como um aceno político para as bases, mas sem grande relevância em termos de impacto econômico.

Para além da redução da importância do teto gerada pelo acúmulo de manobras por parte do governo Jair Bolsonaro (PL), esses economistas afirmam que a inflação em 2022 deve elevar muito esse limite de gastos para 2023.

A PEC dos Precatórios, aprovada em 2021, modificou a fórmula de cálculo do teto de gastos e determinou que ele passaria a ser corrigido pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) dos seis primeiros meses do ano e as projeções para a inflação no restante do ano. As previsões de economistas de mercado para a inflação em 2022 chegam a 10%.

Nesse cenário, portanto, eles afirmam que o esperado é que, caso eleito, o petista atue dentro do que seriam os parâmetros do teto, ainda que possa afirmar que ele não vige mais por uma questão simbólica.

“Não haverá teto de gastos no meu governo. Não que eu vá ser irresponsável, gastar para endividar o futuro da nação. Vai ter que gastar no que é necessário’, afirmou Lula nesta quarta-feira (11), durante reunião com reitores de universidades mineiras em Juiz de Fora (MG).

Essa leitura dos economistas de mercado a respeito de Lula e o teto de gastos faz parte de entendimento mais amplo de que, economicamente, eventual vitória do ex-presidente não implicará em reação crítica do mercado financeiro como a de 2002, quando o petista precisou anunciar explicitamente que não adotaria medidas de ruptura. Isso porque hoje já se espera dele uma política de conciliação de interesses.

O temor mais específico desses economistas em relação a Lula tem como foco os bancos públicos, mais especificamente o BNDES, e o possível retorno da política de oferta de crédito com juros subsidiados que os inchou durante os governos petistas.

Na visão deles, trata-se de modelo propício para agravamento da dívida pública e ineficiente na geração de emprego. Além disso, foi foco de escândalos durante gestões petistas por suspeitas de favorecimento a aliados.

Folha