Lula se irrita com “excesso” de segurança em aparições públicas

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Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula

Um dos assuntos que mais têm irritado Lula são discussões sobre a sua segurança em eventos de campanha. O tema é frequentemente debatido pela cúpula do PT, que vê riscos com a polarização política nas eleições. Uma parte significativa da direção do partido avalia que a segurança do ex-presidente precisa estar em primeiro lugar, e que as agendas devem acontecer prioritariamente em locais fechados e com controle de acesso, para garantir a presença somente de apoiadores de Lula.

Esse segmento defende que os eventos maiores aconteçam em ambientes “controlados”, ou seja, com segurança reforçada e com garantia de que a presença majoritária será de simpatizantes de Lula. Essa ala também quer que, em atos de grandes proporções, haja separação entre Lula e os populares, por meio de barreiras físicas.

O problema é que a avaliação de Lula não é essa. O petista não costuma submeter suas agendas à avaliação da segurança e prega que, primeiro, é preciso decidir qual o melhor local e formato do ato para, depois, a segurança se adaptar. Além de quebrar protocolos com frequência, para ter contato direto com o público, Lula sempre se queixa quando chega a um local e vê as pessoas separadas por grades. O ex-presidente deixa claro que quer ter o corpo a corpo. Lula repete a aliados que “a segurança não manda na política” e que é a “política que define a agenda”.

— Sempre vamos ver a segurança de Lula com atenção, como sempre cuidamos, mas esse cuidado não vai paralisar a agenda — disse à coluna a presidente do PT, Gleisi Hoffmann.

Atos abertos, como o realizado na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) há duas semanas, e das centrais sindicais, que ocorreu neste domingo, 1o de maio, têm tido segurança reforçada tanto do Estado quanto particular. Em agendas como essas, petistas costumam contatar governadores e prefeitos sobre a necessidade de ter uma segurança ativa nos locais em que Lula estará presente. Alguns eventos maiores e com acesso mais liberado já chegaram a ter detectores de metais.

O Globo