Ministro de Bolsonaro nega privataria da Petrobras
Foto: Evaristo Sa/AFP
O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, afirmou que a privatização da Petrobras “é uma alternativa”, mas que não deverá acontecer no curto prazo, na hipótese de Jair Bolsonaro ser reeleito.
Questionado se a privatização é a melhor forma de conter os preços dos combustíveis, Nogueira disse que não é uma discussão para “acontecer no curto prazo”.
“É uma alternativa, é uma discussão que eu não acho que vá acontecer no curto prazo. Porque nós temos um processo eleitoral agora, mas acho que é uma discussão que tem de haver. E é uma decisão completa do presidente da República. Se ele colocou um ministro com essa intenção [Adolfo Sachsida, ministro de Minas e Energia], nós temos de respeitar e aprovar qualquer medida dessa forma. Mas acredito que isso a curto prazo não… Pra você privatizar uma empresa como a Petrobras leva mais de um ano, isso não vai acontecer no curto prazo”, afirmou Nogueira em entrevista ao “SBT News”.
Nogueira disse que espera que um novo aumento da gasolina não aconteça no período entre a saída de Jose Mauro Coelho da Petrobras com substituição por Caio Mário de Andrade. Andrade já sinalizou que manterá a atual política de preços da petrolífera, baseada no Preço de Paridade Internacional (PPI).
“Eu espero que não aconteça. É uma expectativa, mas a decisão é da Petrobras.”
Crise com STF
Ciro Nogueira disse que a tensão entre o presidente e o Supremo Tribunal Federal (STF) foi superada “após uma pequena tempestade”.
“Olha, de quando eu entrei [na Casa Civil] para hoje, aconteceu isso agora, mas a maioria do tempo foram tempos de normalidade. Houve essa pequena tempestade, mas já superamos”, afirmou, referindo-se ao episódio em que Bolsonaro concedeu indulto ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), após o parlamentar ser condenado por atentar contra a democracia pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.
“O próprio presidente já manifestou o desejo de ter normalidade no país, de respeito às instituições. E agora tem de haver isso de parte a parte, né? Uma busca constante para que essa paz seja duradoura e que cada instituição respeite a atribuição do outro”.
Nogueira negou que tenha havido um acordo entre ele e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para que depois de aprovada a PEC do voto impresso no Congresso Bolsonaro deixasse de promover manifestações públicas pondo em dúvida o sistema eleitoral.
“Não, nunca houve esse acordo não. Eu acho que isso é uma preocupação do presidente, eu acho isso justo. Eu confio no nosso sistema eleitoral, mas volto sempre a dizer: não quer dizer que seja infalível. Nós temos de criar os mecanismos constantes de fiscalização da sociedade, achava que a própria Justiça Eleitoral no passado pecava muito ao divulgar como era feita a fiscalização. Pode certeza de que vamos ter a eleição mais fiscalizada da história por conta dessa preocupação, que eu acho justa. A coisa mais sagrada que tem para o cidadão é o seu direito de votar”, afirmou.
“Se o próprio Tribunal Superior Eleitoral não julgasse que merecesse aperfeiçoar [o sistema eleitoral] não tinha tomado essas medidas para ajustar essa fiscalização, e eu espero que até o final desse processo a gente consiga dar mais transparência”, afirmou Nogueira.
Pesquisas de intenção de voto
O ministro da Casa Civil disse que acredita nas pesquisas de intenção de voto, mas que o cenário eleitoral “é extremamente positivo para o nosso presidente” na comparação com três meses atrás.
“Se analisar Estado por Estado, hoje o presidente só está perdendo no Nordeste e em Minas Gerais. Só que em Minas ele estava perdendo por quase 30 pontos. Hoje perde por 7, 8 pontos. Então em todos os Estados ou ele empatou, ou já virou a eleição”, disse.
“E o próprio Nordeste, a diferença com que [o candidato derrotado à Presidência em 2018 Fernando] Haddad ganhou do Bolsonaro na eleição passada é infinitamente menor do que a diferença [atual] de Lula para Bolsonaro. Apesar de o Lula ser um nome muito mais forte. Então nos deixa muito otimistas”.
“No nível nacional Bolsonaro está em crescimento e o Lula está em declínio e eu não tenho dúvida de que até as convenções a minha previsão vai se consolidar, que é o presidente estar à frente no primeiro turno já”, afirmou.