Presidente do Senado preocupa governo ao criticar duramente atos bolsonaristas

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Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), criticou as manifestações bolsonaristas que pediram ontem, durante atos no 1º de Maio, fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e intervenção militar, as quais qualificou como “anomalias graves”. Em seu perfil do Twitter, Pacheco considerou ainda que tais demonstrações – “ilegítimas e antidemocráticas”, em suas palavras – desvirtuaram a celebração do Dia do Trabalhador.

“Manifestações populares são expressão da vitalidade da democracia. Um direito sagrado, que não pode ser frustrado, agrade ou não as instituições. O 1º de maio sempre foi marcado por posições e reivindicações dos trabalhadores brasileiros”, escreveu o senador. “Isso serve ao Congresso, para a sua melhor reflexão e tomada de decisões. Mas manifestações ilegítimas e antidemocráticas, como as de intervenção militar e fechamento do STF, além de pretenderem ofuscar a essência da data, são anomalias graves que não cabem em tempo algum”, acrescentou o presidente do Congresso.

Em protesto pró-governo realizado ontem de manhã na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, segundo informações do jornal “O Globo”, os manifestantes levantaram faixas e cartazes com críticas ao Supremo, o que incluía pedidos de destituição de ministros e cobranças diretas ao Senado, que tem a prerrogativa de analisar pedidos de impeachment contra integrantes da Corte.

“Sim à liberdade, não à ditadura”, dizia uma das faixas. “STF sim, mas esses ministros não”, afirmava outra. Em um dos carros de som, havia os seguintes dizeres: “Criminalização do comunismo. Destituição dos ministros”. O ato foi mais esvaziado do que o último realizado em setembro do ano passado.

Na manifestação na Avenida Paulista, em São Paulo, que teve maior adesão, também houve pedidos para o afastamento de ministros do STF. O presidente Jair Bolsonaro compareceu rapidamente ao ato em Brasília e enviou um vídeo para o de São Paulo. Em suas sucintas participações, Bolsonaro afirmou que a manifestação era pacífica e “em defesa da Constituição, da família e da liberdade”.

Os atos ocorreram em meio a uma escalada de tensões entre os poderes Judiciário e Executivo, após o indulto concedido por Bolsonaro ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), que foi condenado a 8 anos e 9 meses de prisão por ataques feitos à Corte.

Valor Econômico