PT vai ceder a aliados candidatura de senador por SP

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Foto: Ricardo Stuckert

O impasse entre PT e PSB em torno de uma candidatura única ao governo de São Paulo, sem um acordo os pré-candidatos Fernando Haddad (PT) e Márcio França (PSB), travou as negociações para a montagem das chapas dos dois partidos e tem atrapalhado a definição dos candidatos de esquerda ao Senado, a menos de cinco meses das eleições.

Se nos campos da direita e da centro-direita há uma profusão de pré-candidatos ao Senado, que brigam pelo apoio do presidente Jair Bolsonaro em São Paulo, na esquerda e centro-esquerda ainda não há certeza sobre quem disputará a vaga para senador.

O PT e Fernando Haddad querem indicar o ex-governador Márcio França, do PSB, para disputar o Senado. França é visto como o nome mais forte do campo político para a vaga, com chances de vitória. O ex-governador, no entanto, tem dito que vai concorrer ao governo e defende uma composição com o PT, com Haddad para o Senado. Com esse embate, nem o PT nem o PSB escolheram os candidatos a senador.

Na chapa de Haddad, o Psol reivindica a vaga de senador, com a indicação do presidente nacional da legenda, Juliano Medeiros. O partido pressiona por uma definição dos petistas sobre a composição da chapa e na próxima semana deve formalizar a indicação de Medeiros. Para a vice, também não há definições. O PV quer a vaga e já indicou o vereador Roberto Tripoli, mas não há perspectiva de quando será escolhido o nome. PT negocia uma aliança com Rede e PCdoB e avalia que ainda é possível compor com França e PSB.

Coordenador do programa de governo de Haddad, o deputado estadual Emídio de Souza (PT) afirma que as negociações com o PSB continuam. “ Vamos deixar o tempo correr mais para definirmos”, afirma. “Respeitamos o desejo de Márcio França de ser candidato, mas defendemos que a centro-esquerda fique unida em São Paulo”, diz Emídio. “Ainda há tempo para o entendimento.”

O vereador Eduardo Suplicy (PT) se colocou à disposição para concorrer ao Senado, mas o partido deve abrir mão das vagas de vice e senador para os aliados. O diretório petista de São Paulo quer que Suplicy concorra a deputado estadual.

No PSB, o partido e Márcio França têm negociado a vaga de senador e de vice com outros partidos, mas ainda estão longe de ter qualquer definição. França ainda não atraiu nenhum partido para sua aliança além de sua própria sigla. Na centro-esquerda, a única definição até agora é a pré-candidatura ao Senado do ex-ministro Aldo Rebelo, pelo PDT. Ele estará na chapa do ex-prefeito Elvis Cezar, pré-candidato do PDT ao governo paulista.

Na direita, há uma disputa acirrada para definir quem vai ser o candidato bolsonarista ao Senado. O presidente tem atuado para convencer o apresentador José Luiz Datena (PSC) a disputar na chapa de Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), pré-candidato ao governo de São Paulo. Bolsonaro ofereceu estrutura de campanha para Datena, mas o apresentador não definiu se vai participar da chapa de Tarcísio nem se realmente concorrerá neste ano.

Se Datena não disputar, a deputada estadual Janaina Paschoal (PRTB) e a deputada federal Carla Zambelli (PL) querem a vaga. As duas parlamentares têm travado uma disputa pública, com bate-boca pelas redes sociais. Outro nome cotado para a chapa de Tarcísio é do ex-presidente da Fiesp Paulo Skaf (Republicanos). Por fora, corre a pré-candidatura da médica Nise Yamaguchi (Pros), que ficou conhecida por defender o uso da cloroquina contra covid-19.

Outro candidato que também busca espaço para disputar o Senado é o ex-ministro Sergio Moro (União Brasil). O partido de Moro integra a chapa do governador Rodrigo Garcia (PSDB) e deve indicar o nome para o Senado, mas a sigla resiste ao ex-ministro. A legenda deve apoiar o presidente da Câmara Municipal, Milton Leite, para senador. Atualmente, as três vagas de São Paulo no Senado são ocupadas pelo PSDB (Mara Gabrilli e José Serra, cujo mandato termina neste ano) e pelo MDB (Giordano).

Valor Econômico